Luanda – A República de Angola manifestou, quinta-feira (26), o seu firme compromisso visando a abolição das armas nucleares, através do seu engajamento nos fóruns regionais e internacionais, assim como na plena implementação do Tratado de Pelindaba.
O facto vem avançado numa nota de imprensa da Missão Permanente de Angola junto das Nações, em Nova Iorque, a que à ANGOP teve acesso neste sábado, a qual realça que o posicionamento foi expresso pela representante permanente de Angola junto das Organizações Internacionais em Viena, Áustria, embaixadora Isabel Godinho, que falava na Reunião de Alto Nível sobre a Celebração do Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares.
A diplomata lembrou que a questão da eliminação total das armas nucleares constitui ainda uma das maiores prioridades da comunidade internacional, pelo facto do seu uso inadequado provocar danos catastróficos de longo prazo e muitas vezes irreversíveis na saúde, meio ambiente, clima e segurança alimentar, pondo em causa a sobrevivência dos seres humanos.
Disse que nenhum Estado ou organização internacional é capaz de responder adequadamente às enormes necessidades humanitárias que uma catástrofe nuclear pode causar. “Por isso, um mundo livre de armas nucleares é uma responsabilidade colectiva e partilhada por todo nós”, ressaltou.
Defendeu que Angola apoia o uso da energia nuclear para fins pacíficos, podendo ser aplicada em vários sectores como a medicina, agricultura, meio ambiente, indústria, energia, entre outros, para promover o desenvolvimento socioeconómico dos países.
Reconheceu que o mundo não pode continuar sob ameaça eminente do uso de armas nucleares, quaisquer que sejam as justificações
Salientou ainda que no actual contexto internacional, caracterizado por conflitos de grande complexidade, torna-se imperativo o cumprimento de tais resoluções.
Na ocasião, a embaixadora Isabel Godinho expressou preocupação pela possibilidade do uso de armas nucleares nestes conflitos, tendo sublinhado a preocupação dos perigos da utilização tecnológica irresponsável e a modernização dos arsenais nucleares, situação que pode pôr em causa o engajamento, a concertação e alguns sucessos alcançados nos diversos fóruns sobre desarmamento nuclear.
A este respeito, referiu que Angola apoia todos os esforços da comunidade internacional que, por intermédio de iniciativas bilaterais e multilaterais, têm promovido diálogos políticos construtivos, defendendo a cooperação de todos os actores internacionais por forma a “caminharmos em conjunto para um mundo livre das armas nucleares”.
Afirmou que, na qualidade de Estado Signatário do Tratado de Pelindaba, Angola considera este instrumento internacional fundamental para o desarmamento nuclear, por isso, tem trabalhado na operacionalização do Centro Nacional de Dados (NDC), com o apoio da Comissão Preparatória para a Organização do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBTO).
Reiterou que os apelos saídos destas reuniões elevarão, cada vez mais, o nível de consciencialização dos Estados sobre a ameaça que as armas nucleares representam para a humanidade, bem como as vantagens do desarmamento nuclear para a paz e a segurança internacionais e o desenvolvimento sustentável para todos.
O Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares celebra-se anualmente a 26 de Setembro e procura alertar para a necessidade do desarmamento nuclear a nível global. O desarmamento nuclear é um dos mais antigos objetivos da ONU. SEC