Rio de Janeiro (do enviado especial) - O Presidente da República, João Lourenço, afirmou, esta terça-feira, no Rio de Janeiro, Brasil, que Angola tem vindo a levar "muito a sério" o seu programa de acção climática, de modo a contribuir de forma efectiva para a redução dos efeitos adversos da poluição ambiental.
O Presidente da República intervinha na 19.ª Cúpula do G20, “3ª Sessão: Desenvolvimento Sustentável e Transição”, que decorre desde segunda-feira no Rio de Janeiro.
A este propósito, destacou o facto de o país estar a trabalhar aturadamente para modificar a sua matriz de produção de energia eléctrica, evoluindo para fontes limpas.
Realçou que 64% da energia que o país produz é gerada por fontes limpas, das quais 60% provêm de barragens hidroeléctricas e 4% de parques de painéis fotovoltaicos de energia solar.
“Este esforço faz parte da contribuição de Angola para que, através de mecanismos funcionais de promoção da transição energética, possamos cumprir e respeitar os entendimentos internacionais sobre esta matéria, com especial ênfase para o Acordo de Paris sobre as Alterações Climáticas, em cujo âmbito decidimos trabalhar na aprovação de uma estratégia sobre a electro mobilidade, sobre a exploração responsável de hidrocarbonetos e sobre a descarbonização do sector petrolífero”, sustentou.
Neste sentido, o Presidente disse que o país quer ampliar o alcance da sua contribuição para garantir a transição energética na África Austral, disponibilizando os excedentes de produção de energia limpa aos países da região, para o que é convidado o sector privado a construir, em parcerias público-privadas, as linhas de transmissão de energia eléctrica aos países da região da África Austral.
“O exemplo acima referido serve para demonstrar que, se de um lado os países desenvolvidos possuem a capacidade de investimento e dominam tecnologias de fontes de energia renováveis essenciais para a descarbonização do sector energético, por outro lado os países de baixa e média renda seguem com dificuldades para implantá-las”, alertou o estadista angolano.
Para o Chefe de Estado, a adopção de leis com efeito supranacional que limitam a indústria extractiva, de que destacou a produção de petróleo, merecem uma abordagem equilibrada e realista para não se cair em soluções extremas.
Tal cenário, segundo o Presidente João Lourenço, acabariam por criar dificuldades de toda a índole, afectando os esforços de desenvolvimento dos países mais carenciados, podendo agravar a situação de pobreza das populações. ADR/ART