Luanda - Angola tem procurado dar o seu contributo na dinamização e fortalecimento da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) para fazer face aos desafios de paz, segurança, estabilidade e desenvolvimento, realçou, quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores, Teté António.
O diplomata reafirmou o facto durante uma palestra sobre “A política Externa de Angola e o seu papel na pacificação da Região dos Grandes Lagos”, proferida, quinta-feira, no Instituto do Itamaraty, Brasília, República do Brasil.
Numa plateia em que estiveram presentes diplomatas, docentes universitários estudantes, homens ligados à cultura e pesquisadores para os assuntos africanos, o ministro Téte António disse que o país conta com o apoio dos mais variados parceiros bilaterais e multilaterais nesta tarefa.
Referiu que os eixos que norteiam a estratégia da Presidência angolana abrangem os vectores Político-Diplomático, Defesa e Segurança, Inteligência, Económico e Desenvolvimento Regional, bem como o funcionamento do Secretariado Executivo da CIRGL.
Lembrou que desde a assunção da Presidência em exercício da CIRGL, o Presidente da República, João Lourenço, tem levado a cabo um conjunto de iniciativas visando a estabilização da situação política e de segurança na República Centro-Africana, marcada pela aceitação de líderes dos grupos armados em abandonar a rebelião.
Por outro lado, prosseguiu, a 16ª Sessão Extraordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da UA sobre Terrorismo e Mudanças Inconstitucionais de Regime em África, realizada em Malabo, a 27 e 28 de Maio de 2022, sob proposta de Angola, elegeu o Chefe de Estado angolano Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África, bem como conferiu-lhe o mandato de encetar “démarches” diplomáticas, no âmbito da mediação da crescente tensão que se registou na fronteira comum entre a “RDC e o Ruanda”.
Durante a sua alocução, o diplomata angolano fez uma breve incursão histórica da República de Angola, com realce para as tendências de evolução da política externa.
Falou da luta de libertação nacional, das preferências político-ideológicas explícitas no processo da independência de Angola e da assinatura do Acordo de Bicesse, que trouxe ao país uma nova fase de intervenção político-social e relacionamento internacional.
Elucidou os presentes o momento de 2002, quando Angola começou a viver um período marcado, sobretudo, pelo processo de transição política mais concreta, a promoção e o reforço dos mecanismos nacionais de consolidação do processo democrático, o alargamento e aprofundamento das relações multilaterais, regionais e bilaterais, no âmbito dos laços de amizade e cooperação.
Quanto a política externa, o Ministro das Relações Exteriores explicou que o Executivo elegeu a diplomacia económica como um dos seus principais instrumentos de defesa dos interesses do Estado, visando, entre outras, a promoção do comércio, a atracção do investimento produtivo, a criação de melhores condições para a operacionalização dos investidores estrangeiros e a captação do fluxo turístico. ART