Mascate - (dos enviados especiais) - As autoridades angolanas e omanenses concluíram, esta quinta-feira, o trabalho para entrada da Madem Investiment Group, subsidiária do Fundo Soberano de Omã, na prospeção, exploração e comercialização dos diamantes nos projectos Luele e Catoca, na Lunda Sul.
A companhia omanense substitui a empresa russa Alrosa, com a qual Angola pôs fim ao contrato, recentemente, devido às sanções impostas à empresa como consequência do conflito Russo-ucraniano.
Em declarações à imprensa, em Mascate, no decurso das conversações entre os governos de ambas nações, inseridas na agenda da visita de Estado do Presidente da República, João Lourenço, ao Omã, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, referiu que “em breve teremos então, efectivamente, um novo parceiro nessas duas sociedades em funcionamento.
O ministro adiantou que Angola quer também melhorar a qualidade da gestão destes projectos, de modo a atingir outros patamares no sector dos diamantes.
Em relação aos petróleos, o ministro Diamantino de Azevedo frisou que, ainda hoje, Angola e o Omã assinam um memorando de entendimento, a partir do qual vão trabalhar para determinar possíveis oportunidades de negócios nos vários segmentos desta indústria, desde a prospeção do petróleo, produção, armazenamento, refinação até à comercialização.
Informou que as partes estão a conversar sobre oportunidades em relação a outros recursos minerais que Angola e o Omã possuem.
Sobre os projectos
O projecto diamantífero de Luele, inaugurado em 2023, na província da Lunda-Sul, apresenta-se como um exemplo da grandeza do investimento angolano no sector dos diamantes.
Concebido como resultado das pesquisas geológicas efectuadas pela Sociedade Mineira de Catoca, com objectivo de aumentar a base de recursos minerais do país, a mina de Luele estima fornecer, nos próximos três anos, uma produção anual de diamantes de 8.6 milhões de quilates..
Dados apontam para um crescimento considerável da produção do sector diamantífero, durante o triénio 2024/2026, devendo os números da produção, em 2024, fixar-se nos 5.4 milhões de quilates, com perspectivas futuras de crescimento nos anos subsequentes.
Com a significativa produção, Angola deverá assumir um reposicionamento no Ranking da Produção Mundial de Diamantes.
Para a concretização do projecto diamantífero de Luale, foi necessário um investimento na ordem dos 637.5 milhões de dólares. 65 por cento deste valor foi aplicado na mineração, 25 por cento na central de tratamento, equipamentos tecnológicos, e outros dez por cento nas infra-estruturas conexas.
Para os trabalhos de geologia, que começaram antes da execução da fase de extracção, foram injectados 59 milhões de dólares.
O projecto de extracção e produção de diamantes totaliza um esforço financeiro estimado em 843 milhões com despesa global para o triénio 2024/2026, prevendo-se alcançar receitas brutas na ordem de 1.9 biliões de dólares no mesmo período.
O Projecto Catoca iniciou a actividade da exploração mineira, a 11 de Fevereiro de 1997, com uma Central de Tratamento.
Hoje, com entrada em funcionamento do terceiro mouillon da Central de tratamento dois, a Sociedade Miniera de Catoca produz cerca de Oito milhões de quilates por ano, numa extração em média de 10 milhões de toneladas de minério e 11 milhões de metros cúbicos de estéril, movimentando perto de 18 milhões de metros cúbicos de massa mineira.ART