Luanda - Os Chefes de Estado de Angola, João Lourenço, e do Congo, Denis Sassou N’Guesso, condenaram hoje, quinta-feira, a tomada de poder pela força na República do Gabão, tendo apelado ao respeito pela integridade física do Presidente Ali Bongo Odimba, de sua família e de altas entidades das instituições do Estado.
O Presidente João Lourenço efectuou uma curta visita de trabalho ao Congo, a convite do seu homólogo congolês, para trocar impressões sobre os últimos desenvolvimentos relacionados com a mudança inconstitucional de Governo na República Gabonesa, ocorrida no dia 30 do corrente mês.
Segundo o comunicado final do encontro, os dois Chefes de Estado exortaram a todos os actores a previlegiarem o diálogo político como forma de preservar a paz, a unidade e a serenidade do povo gabonês.
De acordo com o documento, ambos apelaram à necessidade da convocação de uma cimeira extraordinária da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), com o objectivo de dotar a organização de uma liderança a fim de evitar o vazio jurídico e de garantir a continuidade das suas actividades, tendo em conta os eventos ocorridos no Gabão.
Sublinharam, ainda, as excelentes relações históricas, de amizade e de cooperação existentes entre as repúblicas de Angola e do Congo e decidiram manter consultas regulares sobre questões de interesse comum, contribuindo para a preservação da paz na sub-região.
Angola, Congo e Gabão pertencem à sub-região de Estados da África Central. O Presidente João Lourenço foi designado Campeão Africano da Paz e Reconciliação, pela União Africana.
Na madrugada de quarta-feira, um grupo de militares do exército gabonês anunciou um golpe de Estado, em rede nacional da televisão local, após a divulgação dos resultados das eleições gerais naquele país.
O anúncio foi feito num comunicado de imprensa lido no canal de televisão “Gabon 24” por militares que decidiram o fecho das fronteiras do país. OHA/ADR