Luanda - As perspectivas para o futuro da cooperação entre Angola e a China nas vertentes económica, do comércio, da energia, da diplomacia e das infra-estruturas estiveram em análise, hoje (quarta-feira), numa audiência que o Presidente da República, João Lourenço, concedeu ao embaixador chinês em Angola, Zhang Bin.
Ao reportar à imprensa os aspectos abordados na audiência, o diplomata chinês informou que o fortalecimento das relações bilaterais, os planos para o futuro da cooperação e o trabalho em curso no país, nos projectos de impacto social, no quadro da parceria estratégica entre os dois países, estiveram em análise.
“As relações entre a China e a Angola continuam no bom caminho e vamos explorar e reforçar ainda mais as nossas pragmáticas relações, especialmente nas áreas económicas e comerciais”, afirmou Zhang Bin, anunciando que para o futuro estão previstos a promoção de grandes projectos e maiores investimentos sem.
Instado sobre as obras a cargo de empresas chinesas com referência para a construção do Porto do Caio, na província de Cabinda, e da Barragem Hidroeléctrica de Caculo Cabaça, no Cuanza Norte, comentou que decorrem sem qualquer constrangimento de ordem financeira.
Porto do Caio
Localizado na província de Cabinda, norte do país, é um projecto estratégico de infra-estrutura em Angola, destinado a impulsionar o desenvolvimento económico daquela região.
Este Porto de águas profundas está projectado para receber simultaneamente dois navios de longo curso e grande calado, cada um com capacidade para transportar até 5.000 contentores de 20 pés.
Além disso, contará com uma zona franca destinada a atrair investidores e fomentar o crescimento económico local.
Barragem de Caculo Cabaça
A Barragem é um projecto hidroeléctrico em construção no rio Cuanza, entre as províncias de Cuanza Norte e Cuanza Sul, com capacidade instalada prevista de 2.172 megawatts, e será a maior usina hidroeléctrica do país, superando a Barragem de Laúca.
A construção está a cargo da empresa estatal chinesa China Gezhouba Group Company Limited (CGGC), com financiamento parcial do Banco Industrial e Comercial da China (ICBC). O custo total do projecto é estimado em 4,5 mil milhões de dólares, sendo 85% financiado pelo ICBC.
As obras iniciaram em Agosto de 2017, com previsão de conclusão em 2026. A partir de Outubro de 2026, espera-se que a primeira turbina comece a gerar energia.
Cooperação Angola China
As relações de cooperação entre Angola e China abrangem infra-estrutura, economia, comércio, energia e diplomacia.
A parceria intensificou-se após o fim da guerra angolana em 2002, com a China desempenhando um papel crucial na reconstrução do país.
O governo chinês, no âmbito da sua parceria, tem financiado e construído infra-estruturas essenciais em Angola, incluindo estradas, pontes, habitação, portos, reabilitação de estradas e linhas férreas, como o Caminho de Ferro de Benguela, a construção do novo Aeroporto Internacional de Luanda, “Dr. António Agostinho Neto” e o Porto do Caio.
No domínio da cooperação técnico científica, o governo chinês tem oferecido bolsas de estudo para estudantes angolanos em universidades daquele país asiático. Existem também parcerias na capacitação técnica e na transferência de tecnologia para diversos sectores.
A cooperação continua a se expandir, especialmente com novas iniciativas de diversificação economia e industrialização. AFL/ART