Luanda - O ministro das Relações Exteriores, Teté António, reconheceu esta terça-feira, em Luanda, a importância de aprofundar a cooperação com a China, tendo evidenciado que esta tem proporcionado dentre outros benefícios, a criação de empregos e o intercâmbio cultural.
O governante que falava durante uma audiência ao embaixador chinês em Angola, Zhang Bin, mencionou os projectos em curso, como uma mais-valia para ambas as nações e reiterou a disposição do país em ampliar os laços históricos e de amizade que unem os dois Estados.
O encontro serviu para as duas entidades passarem em revista o estado actual da cooperação existente entre Angola e a China, com foco nos projectos de cooperação económica, comercial e técnico-científica.
Na ocasião, o diplomata chinês reiterou o interesse do seu país em incrementar os investimentos, sobretudo em iniciativas que promovam a modernização das infra-estruturas.
Sublinhou que os resultados positivos das trocas comerciais abrem caminho para novos acordos que impulsionem a economia e o progresso social dos dois países.
Cooperação
O actual quadro de cooperação entre os dois países reflecte uma parceria estratégica consolidada ao longo de décadas.
A China continua a ser o maior parceiro comercial de Angola, com um volume de negócios bilateral que ultrapassou 23 mil milhões de dólares em 2024.
Os investimentos chineses concentram-se em infra-estruturas (Novo Aeroporto Internacional de Luanda e a Central Hidroelétrica de Caculo Cabaça), energia e telecomunicações, compreendendo projectos de inclusão digital em zonas rurais.
Em 2023, Angola aderiu à "Nova Rota da Seda", o que ampliou a cooperação para tecnologia e energia renovável.
Nesse mesmo ano, os dois países assinaram o Acordo sobre Promoção e Protecção Recíproca de Investimentos (APPRI), após 12 anos de negociações.
Este acordo visa garantir segurança jurídica aos investidores e estimular fluxos de capital.
De lembrar que durante a visita de Estado do presidente, João Lourenço, à China em Março de 2024, as relações foram elevadas a uma parceria estratégica cooperativa abrangente, com novos compromissos em agricultura, energia verde e comércio.
A cooperação diversificou-se para segurança pública, com acordos de 2012 renovados em 2024 para combater crimes transnacionais, e para formação de recursos humanos, com projectos como o CINFOTEC e bolsas de estudo.
A China também anunciou um pacote de 360 mil milhões de yuans para África em 2024, com Angola como um dos principais beneficiários.
Nos dias actuais, Angola e a China estão focados em reduzir a dependência do petróleo e promover a digitalização e industrialização.
A parceria Angola-China mantém-se reforçada, com avanços tangíveis em infra-estruturas e diversificação. A relação é vista como um modelo de cooperação Sul-Sul. FMA/VIC