Luanda - Angola e Botswana decidiram dar um novo impulso às históricas relações de cooperação bilateral, depois de uma relativa “apatia” registada ao longo dos últimos anos.
Trata-se de um velho sonho dos dois países cujas relações diplomáticas datam desde Fevereiro de 1976, apenas poucos meses depois da Independência Nacional de Angola, em 1975.
Os detalhes do novo plano de redinamização dos laços bilaterais vão ser concluídos durante a visita de Estado que o Presidente João Lourenço deve efectuar ao Botswana, entre 21 e 23 deste mês, a convite do seu homólogo tswanês, Mokqweetsi Eric Masisi.
Os dois Estados-membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) pretendem actualizar o seu Acordo Geral de Cooperação, celebrado em Fevereiro de 2006, e assinar novos instrumentos jurídicos, visando aprofundar a parceria e alargar o seu âmbito.
Uma das preocupções comuns mais imediatas incide sobre a reactivação da Comissão Mista Bilateral, que não se reúne desde 2016 e que, desde então, viu a retomada dos seus trabalhos sucessivamente adiada.
Segundo o ministério angolano das Relações Exteriores, o relançamento dos trabalhos da Comissão Mista permitirá identificar as áreas de interesse para ambos os países, na perspectiva da reciprocidade de vantagens.
Pretende-se, nomeadamente, uma cooperação focada em áreas em que os dois países tenham “vantagens comparativas” e que facilitem a implementação de acções concretas.
O entendimento comum é que os dois lados “não precisam” de fazer uma longa lista de áreas de cooperação, mas “pôr ênfase” naquelas que ofereçam garantias de que os dois países terão vantagens mútuas capazes de produzir resultados concretos para ambos.
Angola e Botswana têm como potenciais áreas de cooperação os sectores dos diamantes, da educação e do ambiente.
A produção diamantífera representa 60% das exportações do Botswana, país classificado como o segundo maior produtor mundial atrás da Rússia.
A nível regional, o Botswana alberga a sede da SADC, na sua cidade capital, Gaborone.IZ