Luanda – Angola apoia o “Pacto para o Futuro”, adoptado por consenso, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, tendo em conta os seus objetivos de “não deixar ninguém para trás”, manifestou, domingo, em Nova Iorque, o ministro das Relações Exteriores, Téte António.
Em declarações à imprensa, referiu que o pacto diz respeito ao futuro que todos almejam, apesar de englobar muitas preocupações que não são só do continente africano, mas também de Angola.
Sublinhou que a Cimeira sobre o Futuro é uma oportunidade para uma abordagem abrangente das questões que interessam à humanidade, partindo do desenvolvimento das tecnologias, paz e segurança, assuntos que dizem respeito à juventude e ao Pacto Digital.
“Portanto, Angola abraça esse projecto e apoio o consenso, não só na adopção do próprio pacto, mas também apoiou as posições que fizeram com que esse instrumento não conhecesse um retrocesso, tendo em conta algumas preocupações levantadas por alguns Estados-membros, mas que o grupo africano achou por bem avançarmos”, disse.
Téte António realçou ainda o facto do pacto ser aprovado durante a presidência africana da Assembleia Geral da ONU e porque contou também com a Namíbia como um dos países co-facilitadores, um país vizinho e amigo de Angola.
O Pacto para o Futuro visa “impulsionar os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), as sociedades inclusivas e justas e o bem comum da humanidade”.
Com 84 parágrafos, o pacto é orientado para a acção, com capítulos sobre desenvolvimento sustentável e financiamento para o desenvolvimento, paz e segurança internacionais.
É igualmente direccionado para a ciência, tecnologia e inovação e cooperação digital, juventude e gerações futuras e transformação da governação global.
O acordo foi adoptado com dois anexos, designadamente, o Pacto Digital Global e a Declaração sobre as Gerações Futuras, durante a Cimeira do Futuro, aberta domingo pelo presidente da 79ª sessão da Assembleia Geral, o camaronês, Philemon Yang, e a decorrer até hoje, dia em que o Presidente da República, João Lourenço, discursa no evento.
No mesmo, os líderes mundiais comprometem-se a acabar com a fome e eliminar a insegurança alimentar e todas as formas de subnutrição, bem como garantir que o sistema comercial multilateral continue a ser um motor para o desenvolvimento sustentável.
O documento deverá ser aprovado, esta segunda-feira, pelos chefes de Estado, no quadro da semana de alto nível da 79ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, que se realiza a partir de terça-feira até ao dia 30, sob o tema “Trabalhemos de forma inclusiva para promover a paz, o desenvolvimento sustentável e a dignidade humana para as gerações presentes e futuras”.
Participação de Angola
Por outro lado, o ministro das Relações Exteriores afirmou que Angola apresentará na 79ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, entre outras matérias, contribuições para o estabelecimento da segurança e paz no mundo.
Disse que vai também defender a necessidade de se impulsionar a implementação dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Referiu que no capítulo de paz e segurança, o país continua a defender que o Conselho de Segurança deve ser adaptado à realidade internacional actual, devendo incluir o continente africano.
Contudo, a posição africana, referiu, é de que deve ter dois assentos permanentes neste órgão e cinco não permanentes.
Reconheceu que houve passos significativos,ultimamente, com a aprovação de uma resolução para o financiamento por parte das Nações Unidas de 75 por cento das operações de paz da União Africana.
O Debate de Alto Nível da 79ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, do qual fará parte o Presidente da República, João Lourenço, vai dentre outros assuntos, abordar a problemática da governança global, a questão da juventude e das futuras gerações, ciência e tecnologia, assim como analisar as transformações tecnológicas ao serviço do bem comum e da humanidade.
O evento, que decorre a partir de terça-feira, vai também concentrar-se na promoção de soluções multilaterais, com base na Carta da ONU e na aceleração dos esforços para implementar a Agenda 2030 e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.
As prioridades incluem o apoio à paz e à segurança internacionais, a promoção do desenvolvimento sustentável, o combate às mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e a poluição.
O Debate de Alto Nível da Assembleia Geral da ONU contará com a participação de chefes de Estado e de Governo dos 193 países-membros da organização para abordar os desafios críticos e as lacunas na governança global expostas pelos recentes choques internacionais.
A diplomacia angolana vai estar em alta nos dias em que a delegação presidencial apresentará os seus pontos de vista em fóruns sobre economia, ambiente, banca, inclusão digital, investimentos, energias.FMA/ART