Nova Iorque - Angola defendeu, quinta-feira, em Nova Iorque, a reforma da arquitectura financeira internacional que corresponda às expectativas e às necessidades dos países em desenvolvimento.
O posicionamento foi defendido pelo Representante Permanente de Angola junto das Nações Unidas em Nova Iorque, Francisco José da Cruz, ao debruçar-se sobre o tema “Financiamento para o Desenvolvimento”, no debate geral da Segunda Comissão da Assembleia Geral da ONU.
O diplomata referiu que a actual arquitectura financeira contém falhas estruturais que se tornaram mais evidentes, à medida que o mundo enfrenta desafios crescentes em matéria de alterações climáticas, vulnerabilidades crescentes e sistémicas, desigualdades profundas e mercados financeiros intrinsecamente ligados e frágeis, altamente sensíveis aos efeitos de propagação transfronteiriços.
De acordo com Francisco José da Cruz, os países em desenvolvimento enfrentam graves desafios na gestão da dívida pública, que são exacerbados por custos de empréstimos excessivamente elevados, prejudicando a sua capacidade de mobilizar recursos financeiros adicionais para a recuperação verde e sustentável pós-pandemia.
Francisco José da Cruz realçou que Angola está implementar reformas para garantir níveis mais elevados de reservas internacionais, que incluem a liberalização da taxa de câmbio e a garantia de um melhor clima de negócios, conducente a uma economia mais diversificada.
Destacou a atribuição de Direitos de Saque Especiais (DSE) de aproximadamente mil milhões de dólares em Agosto de 2021, tendo sido útil para fortalecer as suas reservas internacionais.
Nesta senda, informou que o país também conseguiu adiar o pagamento de parte do seu serviço da dívida até este ano ao abrigo da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI), após negociações bem sucedidas de redefinição do perfil da dívida com os principais grandes credores de facilidades garantidas pelo petróleo para aliviar as suas pressões financeiras. VM