Luanda - Angola defendeu esta quarta-feira, nas Nações Unidas, em Nova Iorque, a reforma urgente da arquitectura financeira global para permitir que os países em desenvolvimento tenham acesso justo e sustentável aos recursos financeiros.
De acordo com uma nota de imprensa da Missão Permanente de Angola junto das Nações Unidas, o posicionamento foi expresso numa reunião plenária da Assembleia Geral da ONU, em que o secretário-geral da organização, António Guterres, apresentou as suas prioridades para o presente ano.
Na ocasião, o representante permanente adjunto de Angola junto da ONU, embaixador Mateus Luemba, elogiou os progressos alcançados pela organização sob liderança de António Guterres, destacando o seu compromisso inabalável em aumentar a participação de mulheres e jovens nos processos globais de tomada de decisão, sobretudo o equilíbrio do género na alta estrutura de gestão do sistema das Nações Unidas.
Encorajou o secretário-geral a manter o mesmo nível de comprometimento, para SE alcançar um equilíbrio equitativo na representação geográfica na nomeação de funcionários seniores em todos os níveis do Secretariado e das equipas no terreno, incluindo a nomeação de coordenadores residentes do Sistema das Nações Unidas.
“Aumentar o nível de africanos qualificados no Sistema da ONU é fundamental para reflectir de forma justa a diversidade cultural da organização e responder aos desafios do Século XXI”, frisou o encarregado de negócios de Angola junto das Nações Unidas.
De acordo com Mateus Luemba, é crucial que os esforços multilaterais sejam intensificados para abordar os desafios actuais de forma eficaz e garantir que ninguém seja deixado para trás.
Por outro lado, observou que os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável estão a descarrilar, sustentando que mais de "80 por cento das metas dos ODS correm o risco de não serem cumpridas até 2030".
“Com cinco anos pela frente, devemos acelerar as acções para implementar totalmente essas metas, especialmente em áreas como segurança alimentar, saúde, educação e igualdade de género”, ressaltou.
Durante a sua intervenção, o diplomata abordou a reforma do Conselho de Segurança", afirmando que deve permanecer uma prioridade suprema para tornar este órgão mais inclusivo e representativo e corrigir as injustiças históricas contra África.
Sublinhou que, em linha com o Consenso de Ezulwini e a Declaração de Syrte, o continente africano pede dois assentos permanentes e outros três adicionais não permanentes no Conselho de Segurança reformado.
Segundo o embaixador, é crescente o consenso entre os Estados-membros da ONU de que a reivindicação de África pelos dois assentos permanentes no Conselho de Segurança deve ser tratada como um caso especial.
No campo da paz e da segurança, salientou que "Angola se tem posicionado como um mediador activo de conflitos regionais, e continuará a apoiar a ONU na busca de soluções pacíficas e sustentáveis para os conflitos existentes, com atenção especial ao continente africano".
Sobre a presidência de Angola na União Africana, a partir de Fevereiro próximo, disse que o país está pronto para trabalhar em estreita colaboração com a ONU num esforço colectivo para construir um futuro mais justo, inclusivo e sustentável para todos. VIC