Nova Iorque - Angola defendeu, na quinta-feira (22), a necessidade de maior investimento em vários sectores, para se alcançar os níveis recomendados, visando a graduação a País de Rendimento Médio em 2024.
A posição de Angola foi manifestada pelo embaixador João Gimolieca, que falava na XXI reunião dos ministros dos negócios estrangeiros dos Países Menos Avançados, em Nova Iorque (Estados Unidos da América).
Segundo o representante permanente adjunto de Angola junto da ONU em Nova Iorque, os múltiplos desafios que o país enfrentou condicionaram os avanços dos indicadores recomendados, com realce para o índice de capital humano e o índice de vulnerabilidade económica.
Neste contexto, enfatizou que a graduação de Angola será baseada apenas na renda per capita, tendo lembrado o impacto da pandemia da Covid-19, que agravou as dificuldades já existentes.
João Gimolieca disse que a economia angolana, que tinha registado um ligeiro crescimento após a recuperação de um período de recessão provocada pela queda do preço do petróleo no mercado internacional, voltou a sofrer revés.
Apesar dos entraves, assegurou que o Governo angolano continua a envidar esforços para optimizar os indicadores que permitirão a implementação de uma estratégia de transição suave que conduza a uma graduação bem sucedida e eficaz, em linha com o plano de desenvolvimento do país e os objectivos de desenvolvimento sustentável.
O diplomata afirmou que a graduação de Angola a País de Rendimento Médio deve ser vista como um marco no progresso socioeconómico, resultado de um esforço contínuo para colmatar as suas lacunas e desafios de desenvolvimento.
A XXI reunião dos ministros dos negócios estrangeiros dos PMA, realizou-se à margem da 77ª sessão da Assembleia Geral da ONU. Malawi preside o Grupo de Países Menos Avançados.
Em Fevereiro de 2021, Angola obteve da Organização das Nações Unidas (ONU), o adiamento, para 2024, da sua graduação de País Menos Avançado (PMA) para o de Rendimento Médio (PRM).
Na altura, a prorrogação do período de transição por três anos foi decidida pela Assembleia Geral da ONU, através de uma resolução adoptada por consenso dos Estados membros, tendo países como os Estados Unidos da América e da União Europeia reiterado apoio a Angola.
A subida de categoria de Angola estava marcada para Fevereiro de 2021, mas foi adiada para permitir a recuperação económica do país.
A decisão foi fruto de intensas negociações na ONU, em Nova Iorque, com forte empenho da diplomacia angolana.
A ONU teve em conta o facto de Angola, país dependente do petróleo, continuar “altamente vulnerável” à flutuação do seu preço e enfrentar uma recorrente recessão económica, por seis anos consecutivos.