Luanda – O ministro das Relações Exteriores, Tête António, reafirmou neste domingo, em Nova Iorque (EUA), a necessidade do continente africano ocupar pelo menos dois lugares permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Ao discursar no diálogo interativo: "soluções multilaterais para um futuro melhor", na sede das Nações Unidas, reafirmou a posição comum africana, reflectida no Consenso de Ezulwini e na Declaração de Sirte, que reitera a necessidade de pelo menos dois lugares permanentes e mais dois lugares para além dos actuais três lugares não permanentes para os Estados africanos.
“Vemos a Nova Agenda para a Paz e o Pacto do Futuro como oportunidades para reforçar ainda mais as interações e fazer avançar a tão necessária reforma do Conselho de Segurança, um órgão fundamental das Nações Unidas, onde, infelizmente, África é o único continente não representado na categoria permanente dos membros”, assinalou.
O Conselho de Segurança da ONU é composto por 15 membros, dos quais cinco permanentes e 10 não permanentes que são eleitos para mandatos de dois anos pela Assembleia Geral. Os membros permanentes são os Estados Unidos da América (EUA), Rússia, França, Reino Unido e China.
O chefe da diplomacia angolana deu conta que as Nações Unidas continuam a ser fundamentais para prevenir conflitos, ajudar as partes em conflito a estabelecer a paz, enviar forças de manutenção da paz e criar condições para que a paz se mantenha e floresça.
Com efeito, disse ser imperativo criar confiança entre as nações, recordando o papel da diplomacia e do diálogo para fomentar a cooperação regional, prevenir conflitos e promover a compreensão mútua.
Incentivou, na ocasião, uma cooperação operacional reforçada entre as Nações Unidas e as organizações regionais, incluindo a União Africana, em domínios estratégicos como o alerta rápido, a prevenção de conflitos, a pacificação, a manutenção e a construção da paz.
Lembrou que Angola congratula-se com a adoção da Resolução 2719 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em dezembro último, considerando um marco importante na parceria entre as Nações Unidas e a União Africana em matéria de paz e segurança, “uma vez que proporciona o quadro para um financiamento adequado, previsível e sustentável das operações de apoio à paz lideradas pela UA”.
“Num contexto internacional de grandes desafios, temos de dar prioridade ao multilateralismo como forma de chegar a consensos sobre a preservação da paz e da segurança internacionais, a promoção do desenvolvimento sustentável e a defesa dos direitos humanos”, vincou o ministro.
A esse respeito, defendeu o aumento da participação das mulheres e incorporar as perspectivas de género em todos os esforços de paz e segurança das Nações Unidas.
Reiterou o compromisso de Angola em continuar a desempenhar um papel estratégico na prevenção, gestão e resolução de conflitos, para reforçar a paz e a democracia em África, especialmente na Região dos Grandes Lagos, através de iniciativas diplomáticas para promover o diálogo político, construir confiança mútua e aumentar a cooperação entre os Estados. DC