Luanda – Angola defendeu quarta-feira, nas Nações Unidas, a importância estratégica do trabalho contínuo desta organização com a União Africana e os parceiros regionais.
Para as autoridades angolanas, esta conjugação de esforços deve ser, sobretudo, no âmbito do Quadro Conjunto ONU-UA para uma Parceria Reforçada na Paz e Segurança no continente.
Ao intervir na reunião plenária da Assembleia Geral da ONU na qual o Secretário-Geral, António Guterres, apresentou as prioridades para o presente ano, o Representante Permanente da Missão de Angola, Francisco da Cruz, referiu que a cooperação com organizações regionais e sub-regionais é fundamental para a promoção do diálogo.
De igual modo, contribui para a prevenção de conflitos, fazer avançar o processos políticos, a obtenção de cessar-fogo e soluções pacíficas em situações de litígios.
Na sua alocução, o diplomata incentivou o Secretário-Geral da ONU a continuar a pressionar pelo Estímulo Financeiro dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para enfrentar a crise financeira global.
Isto, acrescentou, com o objectivo de mobilizar 500 mil milhões de dólares em novos investimentos para compensar as condições de mercado desafiantes, enfrentadas pelos países em desenvolvimento e acelerar o progresso em direcção aos ODS.
Considerou também importante acelerar a implementação dos ODS, sobretudo nas questões de saúde, ambiente e educação.
Em relação à Cimeira do Futuro, Angola recomenda uma abordagem mais inclusiva, unificada e complementar às questões-chave, “à medida que continuamos a prosseguir este caminho comum para um futuro promissor para as gerações presentes e futuras”.
Para o Representante Permanente de Angola junto das Nações Unidas, o Pacto Digital Global deve dar prioridade à dimensão do desenvolvimento, dando aos países em desenvolvimento a oportunidade de beneficiarem dos avanços tecnológicos.
Neste contexto, sublinhou a importância de se pôr fim a quaisquer restrições discriminatórias e garantir que processos como o Pacto Digital Global e a Revisão Geral da Cimeira Mundial para a Sociedade da Informação (WSIS+20) contribuam para a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e da rápida realização dos ODS.
Francisco José da Cruz avançou que Angola defende uma reforma abrangente do Sistema das Nações Unidas com o objectivo de contribuir significativamente para a manutenção dos princípios, objectivos e ideais da Carta da organização, no sentido de um mundo mais justo, baseado no universalismo, na equidade e no equilíbrio regional.
Quanto à reforma do Conselho de Segurança, reiterou a necessidade de um progresso significativo com base na proposta apresentada pelos Estados-Membros conducente a negociações baseadas em texto, tendo realçado a existência de um consenso crescente de que a posição de África para dois Assentos Permanentes deve ser vista como um caso especial. SC/ADR