Luanda - Angola está a fazer assinaláveis progressos em direcção à gestão sustentável da água, afirmou, esta quinta-feira, em Dushanbe, Tajiquistão, a Vice-Presidente da República, Esperança da Costa.
Em declarações à Imprensa, depois de participar na 3ª Conferência sobre a Década Internacional de Acção “Água para o Desenvolvimento Sustentável” 2018-2028, a dirigente disse que Angola absorveu uma grande experiência no evento.
Disse que com o esforço de todos é possível alcançar o sexto ponto dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS),
Segundo Esperança da Costa, Angola, durante a conferência, encontrou parceiros, juntou sinergias, partilhou experiências e identificou constragimentos com outros países, e espera alcançar as metas preconizadas.
"É exemplo disso o Tajiquistão, que tem uma grande experiência na gestão da água, pois conta com cerca de 97% de disponibilidade para toda a população a nível nacional e para os países circunvizinhos", realçou.
Afirmou que a participação de Angola na conferência permitiu partilhar com os demais países os indicadores alcançados no âmbito do 6.º Objectivo de Desenvolvimento Sustentágvel, que tem em vista assegurar a disponibilidade e a gestão sustentável da água e saneamento para todos até 2030.
A Vice-Presidente da República disse acreditar que se houver maior esforço e se forem encontradas parcerias que já fizeram grandes progressos em torno da gestão sustentável da água, Angola poderá também, no âmbito da Década de Acção para a Água, alcançar o objectivo deste importante recurso.
A propósito da conferência, sublinhou que se constituiu numa "oportunidade de partilha de experiências que permitirão a identificação dos obstáculos e o estabelecimento de mecanismos que possam mais rapidamente conduzir à concretização dos objectivos por parte dos países que ainda enfrentam dificuldades no alcance dos mesmos antes de 2030".
Face aos eventos extremos ligados às alterações climáticas e que afectam muitos países com inundações e secas severas, Esperança da Costa defendeu a revisão e o restabelecimento das várias estratégias e programas, direccionando-os para o fortalecimento da segurança alimentar.
Cooperação
Em relação ao Memorando de Entendimento assinado com o Tadjiquistão, Esperança da Costa frisou que é o começo de um processo de relacionamento que pode beneficiar os dois países, e que agora estão criadas as condições para se desenvolver este mecanismo de consultas políticas.
Afirmou que abordou com o primeiro-ministro tajique a possibilidade de os dois países enveredarem para o desenvolvimento da cooperação no âmbito da gestão dos recursos naturais, ensino superior, ciência e tecnologia, uma área em que a Angola já tem tradição de bom relacionamento com os países daquele continente.
Outros dos potenciais sectores para futura cooperação é o sector do turismo, lembrando, por exemplo, o facto de a cidade de Dushanbe combinar conservação dos recursos naturais e da vegetação com edificações bem conseguidas e que constituem uma boa atractividade para o desenvolvimento do turismo.
"Existe aqui a possibilidade desta cooperação”, disse Esperança da Costa, que sublinhou ser, igualmente elegível, a área da agricultura, caso os países assim o entendam, podendo avançar-se para esta cooperação, sempre no quadro do estrito respeito mútuo e da soberania entre os Estados.
Em relação à parceria com o Banco Mundial (BM), confirmou essa instituição financeira de Bretton Woods está a testemunhar o assinalável progresso que o país tem feito no âmbito da gestão sustentável da água.
Com o apoio do Banco Mundial, disse, poderemos concretizar e superar os outros desafios que ainda enfrentamos.
Jardim botânico
Por outro lado, a Vice-Presidente da República visitou o Jardim Botânico de Dushanbe, que tem cerca de 40 hectares de plantas representativas de espécies de diferentes biomas do mundo.
No espaço, que conserva o património nacional vegetal daquele país da Ásia Central, Esperança da Costa aventou a possibilidade de Angola partilhar algumas sementes do seu património vegetal, dada a grande experiência que o Jardim tem em reproduzir espécies de várias partes do mundo, inclusive, de regiões tropicais.
Segundo a dirigente angolana, o jardim botânico funciona como um verdadeiro pulmão da cidade, na medida em que contribui para a regulação do clima, além de propiciar e combinar o lazer com a investigação científica, por reunir espécies nativas e exóticas trazidas de várias partes do mundo.
"Tudo constitui um campo aberto à investigação sobre a verdadeira utilidade dessas plantas. Se são medicinais, ornamentais, madeiráveis ou aromáticas. É um mundo aberto à investigação", frisou.
Certificação das áreas húmidas
No âmbito do encontro com a secretária-geral da Convenção Ramsar, a Vice-Presidente da República disse que a organização se junta a Angola a fim de inventariar as zonas húmidas e certificá-las como "Sítios de Interesse Internacional Ramsar” para que depois haja a possibilidade do país poder, com maior facilidade, habilitar-se aos fundos globais existentes para apoio à protecção das áreas húmidas de conservação.
"Angola tem este grande potencial de zonas húmidas, que tem, neste momento, uma grande relevância a nível mundial, no quadro da preparação dos países para adaptação e mitigação ao fenómeno das alterações climáticas”, destacou Esperança da Costa. FMA/VIC