Beijing (da enviada especial) – Angola continua a ser um país atractivo para os investidores chineses, sobretudo nessa nova era da cooperação, afirmou esta quarta-feira, em Beijing, o presidente da Câmara de Comércio Angola-China (CAC), Luís Cupenala.
Em declarações à imprensa, a propósito da visita do Presidente João Lourenço à China, de 15 a 17 deste mês, Cupenala lembrou que as trocas comerciais entre os dois Estados atingiram mais de 27 mil milhões de dólares norte-americanos, em 2022.
Segundo o empresário, os chineses investiram, nesse ano, mais de 23 mil milhões de dólares em exportações de petróleo, enquanto Angola gastou mais de quatro mil milhões de dólares na importação de produtos diversos daquele país asiático.
Luís Cupenala entende que a visita de Estado do Presidente angolano ao “gigante asiático” vai ajudar a fortalecer, cada vez mais, as trocas comerciais e a aumentar a mobilização do investimento estrangeiro, sobretudo na área da agricultura.
“A ratificação do Acordo de Protecção e Dinamização do Investimento Privado vai garantir a segurança dos investimentos”, referiu, tendo sublinhado que esta visita vai criar um espaço de revitalização da amizade entre os dois Estados.
Informou que, no âmbito da deslocação do Chefe de Estado angolano, a Câmara de Comércio enviou uma delegação, em representação de 10 empresas nacionais, para participar no Fórum Angola-China, a decorrer no dia 16 deste mês.
A visita do Presidente João Lourenço, que decorre de sexta-feira até domingo, tem como ponto mais alto um encontro com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, no primeiro dia, destinado a abordar a estratégia futura das relações bilaterais.
Estão também agendados encontros do líder angolano com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e com o presidente da Assembleia Nacional Popular (Parlamento), Zhao Leji.
Uma declaração conjunta deverá ser divulgada na sequência das conversas de João Lourenço com as mais altas entidades da República Popular da China.
O Presidente angolano observará um vasto programa, com destaque para a participação num fórum de negócios, com o tema investimento em Angola no centro dos debates.
Estão ainda previstas audiências a empresários chineses que já actuam no mercado nacional ou o queiram fazer futuramente, assim como um encontro do Chefe de Estado com representantes da comunidade angolana na China.
O último dia da visita será na província de Xandong, onde João Lourenço vai manter contactos com responsáveis dos sectores produtivos nos domínios da indústria têxtil, farmacêutica e agrícola.
De acordo com dados disponíveis, a China tornou-se, nos últimos 13 anos, num dos países que mais investiu na reestruturação e construção de infra-estruturas em Angola, o que permitiu a circulação de pessoas e bens e o reaquecimento da economia angolana.
Desde o início da reconstrução e construção de infra-estruturas de desenvolvimento de Angola, em 2002, a balança comercial entre os dois Estados estava fixada em 150 milhões de dólares. Vinte anos depois, a China tornou-se o maior credor de Angola. FMA/VIC