Luanda - Angola beneficiou, de 2019 até 2021, de catorze milhões e 900 mil dólares (1 dólar equivale a 956 kwanzas) da Agência de Cooperação Internacional da Coreia (KOICA), aplicado essencialmente na capacitação institucional de organismos públicos angolanos.
A informação foi prestada pelo embaixador angolano neste país do sul da Ásia, Edgar Gaspar Martins, em entrevista, recentemente, à ANGOP, a partir de Seoul, tendo explicado que a referida agência é uma instituição que tem por objecto ajudar projectos de forma não reembolsável.
Deu como exemplo o Ministério das Relações Exteriores (MIREX), a formação de professores, reforço da capacidade tecnológica para a criação de recursos pesqueiros em Angola e parcerias público-privadas relativas à prevenção do HIV/SIDA.
Edgar Martins citou igualmente programas de apoio à formação de consciencialização, tal como a ajuda ao corpo de voluntários para o combate às doenças socialmente transmissíveis e ajudas humanitárias.
Referiu que em 2022, no plano de assistência, Angola recebeu da KOICA um pacote financeiro de 470 mil dólares, destinado a capacitação de professores e um curso de mestrado em gestão de aviação.
O diplomata, no entanto, explicou que as ajudas diminuíram consideravelmente nos últimos anos, devido ao facto da elevação de Angola para país de rendimento médio.
Cooperação Angola-Coreia do Sul
Sobre a cooperação entre os dois países, disse que a mesma tem estado a mudar, embora não tenha sido realizada a III Comissão Bilateral, as partes trabalham no seu aprofundamento.
Explicou que depois da Cimeira Bilateral entre os Presidentes de Angola, João Lourenço, e Yoon Suk Yeol, da Coreia do Sul, em Abril último, a cooperação económica começou a ser relançada, na medida em que este país pretende reforçar a sua presença em África.
Revelou que a SONANGOL e parceiros locais desenvolvem vários projectos na área da construção naval e equipamentos para a indústria petrolífera.
Desde o estabelecimento da parceria, em 1995, vários contratos foram assinados, com destaque para a construção de 14 plataformas offshore, 14 petroleiros e três navios para transporte de gás natural liquefeito.
Visita de Estado
O Presidente da República, João Lourenço, realizou uma visita de Estado de 48 horas, em Abril último, a Coreia do Sul, com vista ao reforço das relações bilaterais.
Na capital sul-coreana, João Lourenço manteve um encontro privado com o seu homólogo coreano, Yoon Suk-Yeol, e encabeçou a delegação angolana nas conversações oficiais entre os dois países.
Presenciou a assinatura de quatro Memorandos de Entendimento, ligados aos sectores do comércio, saúde, ordem pública e diplomática para o reforço da relação bilateral.
Ao abordar esta visita, o embaixador deu a conhecer que a mesma já tem permitido capitalizar algumas janelas de oportunidades, como é o caso de uma maior abertura e diálogo entre o Korea Eximbank e as instituições angolanas afins.
Salientou que há maximização do acesso aos fundos de investimento da Coreia na base de linhas de crédito, não obstante outras acções que já têm sido levadas a cabo por diversos departamentos ministeriais do Executivo angolano.
Já sobre os outros acordos, Edgar Martins disse que a sua entrada em funcionamento leva algum tempo e as chancelarias dos dois governos têm estado a criar condições para a implementação prática dos mesmos.
APPRI
O entrevistado da ANGOP anunciou que a futura assinatura do Acordo de Promoção e Protecção Recíproca de Investimento (APPRI) vai reforçar a promoção do investimento entre Angola e a Coreia do Sul, pois ajudará a reduzir os riscos e transmitir maior confiança aos investidores.
Sem indicar datas, sublinhou que o APPRI é uma plataforma jurídica com regras internacionalmente aceites e encontra-se presentemente em fase de finalização, faltando ajustar alguns pormenores. VIC/ART