Adis Abeba (Dos enviados especiais) - O académico angolano Wilson De Almeida Adão foi eleito, esta terça-feira, em Adis Abeba, presidente da Arquitectura de Governação Africana (AGA), para um mandato de dois anos
Antes dessa eleição, Wilson de Almeida Adão foi escolhido, a 8 de Novembro de 2023, para presidente do Comité de Peritos dos Direitos e Bem-Estar da Criança da União Africana (UA).
O especialista angolano foi eleito por unanimidade dos membros da AGA durante uma reunião política deste órgão da UA , realizada à margem dos preparativos da 37a cimeira ordinária da União Africana agendada para o próximo fim-de-semana, na capital etíope.
Em declarações à imprensa na sequência desta eleição, Wilson Adão esclareceu que a sua estrutura tem a responsabilidade de gerir as questões relativas à democracia e ao Estado de Direito no continente, procurando contribuir para o respeito pelos Estados-membros dos princípios democráticos universais.
Reconheceu, a este propósito, que o continente africano atravessa actualmente um momento difícil nesse domínio, com vários países abalados, quase em simultâneo, pelo fenómeno das mudanças inconstitucionais de Governos, por via de golpes de Estado.
Por outro lado, realçou que a sua nova eleição responde às preocupações do Governo angolano para elevar a presença dos quadros nacionais nas estruturas da organização pan-africana sediada, em Adis Abeba,
No entender das autoridades angolanas, os actuais níveis de representação dos quadros nacionais nas instâncias da UA contrastam com a posição que o país ocupa actualmente na tabela das contribuições financeiras para o funcionamento da organização.
Por isso, estão apostadas em elevar a influência do país no seio da UA, já que, no âmbito das reformas em curso, se aumentou de 39 para 74 as vagas reservadas a funcionários angolanos efectivos na Comissão da UA.
Angola é um dos seis maiores contribuintes do Orçamento Estatutário da UA, ao lado da África do Sul, da Argélia, do Egipto, de Marrocos e da Nigéria, mas detém uma taxa de representação de cerca de 7% nas estruturas da organização.
Recentemente, o Presidente da República, João Lourenço, sublinhou a importância estratégica da inserção de quadros nacionais nas organizações internacionais e regionais, no contexto da política externa e da defesa dos interesses de Angola na arena internacional. IZ/VIC