Luanda - A presidente da Assembleia Nacional (AN), Carolina Cerqueira, ressaltou, esta terça-feira, em Luanda, o papel activo do parlamento angolano no processo de estabilização política do continente africano.
Carolina Cerqueira, que falava no Debate Geral da Assembleia Geral da União Inter-parlanentar (UIP) sobre as acções dos parlamentos pela paz, justiça e instituições fortes, enfatizou que a AN tem acompanhado com bastante atenção a situação do Leste da República Democrática do Congo (RDC).
A esse respeito, lembrou que o parlamento angolano concedeu autorização Legislativa no sentido de Angola enviar tropas à RDC para assegurar o aquartelamento das forças negativas que criam instabilidade, a desordem e crimes de vária ordem contra os direitos fundamentais das pessoas.
De igual modo, disse que a AN de Angola tem acompanhado com muita atenção a situação no norte de Moçambique (região de Cabo Delgado), tendo, igualmente, dado autorização Legislativa para as tropas angolanas fazerem formação e treinamento de militares naquela região.
A província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, enfrenta há quase seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
"Estamos igualmente preocupados com outras situações que afluem no mundo e que levam a instabilidades e desigualdade social, na medida em que são sobretudo as populações mais vulneráveis que sofrem os confrontos e os efeitos dos conflitos armados", sublinhou.
Carolina Cerqueira observou que ao nível do Parlamento angolano, com representatividade multipartidária, criaram-se as bases em que a intervenção do direito de opinião é respeitada.
Para si, a questão da paz, justiça e de instituições fortes devem responder aos desafios da actuação conjunta dos parlamentares de todo o mundo.
Condenou, igualmente, todas as acções belicistas que levam a eliminar fisicamente pessoas indefesas, sobretudo crianças, e destroem infra-estruturas.
"Todos estamos aqui para fazer prevalecer a linguagem da paz, do diálogo, do entendimento, coexistência e respeito pelas diferenças", assinalou.
Por seu turno, o Presidente cessante da UIP, Duarte Pacheco, reiterou os agradecimentos das autoridades angolanas, em especial o Presidente João Lourenço, a presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, e a comissão organizadora, que tornaram possível a realização da Assembleia da UIP na capital angolana, Luanda.
De acordo com o deputado luso, a paz, a justiça, a segurança e a tolerância são palavras que devem ser discutidas até à exaustão para que elas estejam absorvidas por todos.
Conforme Eduardo Pacheco, Angola é campeão desses valores, tendo destacado o papel do Presidente João Lourenço na pacificação do continente.
A Assembleia, cujos trabalhos estão a ser dirigidos por Carolina Cerqueira, na qualidade de presidente do Parlamento angolano, país anfitrião, adoptará várias resoluções, com destaque para o "tráfico nos orfanatos: o papel dos parlamentos na redução de danos".
No penúltimo dia do evento (quarta-feira), está reservado para a segunda Cimeira Parlamentar Global sobre a Luta contra o Terrorismo e Prevenção do Extremismo Violento, com especial destaque para a deterioração da situação de segurança em África, no Sahel. DC/VIC/VM