Abu Dhabi (Dos enviados especiais) - O sector petrolífero de Angola mantém a aposta no processo de descarbonização da indústria, tendo em vista a redução da emissão de gases nocivos ao ambiente.
A informação foi prestada esta segunda-feira pelo ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos (EAU), onde integra a delegação angolana que participa na Semana da Sustentabilidade 2023.
Em declarações à imprensa, o governante lembrou que o sector dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás já trabalha para a descarbonização da indústria, em conjunto com entidades parceiras.
Apontou como exemplo dessa acção conjunta, o empenho, cada vez maior, na produção de energia solar, do hidrogénio verde (gerado por energia renovável) e a plantação de mangais.
Desafio de fornecer energia de forma sustentável
O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, que também integra a delegação angolana, disse que o país está com 64 por cento no fornecimento de energia a partir de fontes amigas do ambiente.
"Certamente, passaremos os 70 por cento com os projectos que temos", afirmou o governante, adiantando que a sustentabilidade energética "tem que ser garantida não só pela construção de infra-estruturas", mas por um conjunto de factores.
Entre o conjunto de factores, destacou o fortalecimento da capacidade institucional e a formação de quadros que, a seu ver, vão contribuir para a segurança energética e para a obtenção de uma electricidade limpa e barata.
Reflorestação e transportes
A ministra do Ambiente, Paula Francisco Coelho, reconheceu haver muito por fazer em áreas como a reflorestação e tratamento de resíduos.
Na mesma ocasião, o ministro dos Transportes, Ricardo Abreu, referiu que, no mundo, o sector contribui com 25 por cento das emissões de gás com efeito estufa.
Disse ser, por essa razão, que o sector dos trasportes deve estar ligado ao processo de transição energética.
Anunciou para este ano a implementação da estratégia de electro mobilidade, que vai permitir a introdução ordeira de veículos eléctricos em Angola.
"É um processo que vai acontecer de forma faseada", explicou o ministro, adiantando que no quadro da estratégia serão privilegiados os veículos de transportes colectivos e de mercadorias.
De acordo com o ministro Ricardo Abreu, serão também priorizadas as regiões em função do nível de desenvolvimento e de tranporte de energia.
O mecanismo abrange o que considerou "transição energética a nível das infra-estruturas verdes (amigas do ambiente)".
"Estamos a falar de aeroportos, portos, todas essas infra-estruturas que têm também que apresentar soluções de fornecimento de energia limpa", expressou.