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Angola aponta diálogo como caminho para paz na RDC

     Política              
  • Luanda • Sexta, 06 Dezembro de 2024 | 19h26
Ministro das Relações Exteriores, Téte António
Ministro das Relações Exteriores, Téte António
DR

Luanda – O ministro das Relações Exteriores, Téte António, afirmou, recentemente, que a mediação angolana insiste no diálogo para resolver o conflito no leste da República Democrática do Congo.

Em entrevista exclusiva à ONU News, o ministro das Relações Exteriores, Téte António realçou o papel da diplomacia para o acordo de paz entre RD Congo e Ruanda, num processo liderado pelo Presidente da República, João Lourenço.

“Insistimos num aspecto. Só o diálogo poderá resolver o problema. As armas já foram experimentadas. A ausência de paz naquele país, a RDC, data desde os anos 1960. Portanto, já são quase 60 anos de instabilidade, de uma forma ou outra, em períodos diferentes. Já é tempo de todos nós vermos esse país em paz porque tem um impacto não só no continente, mas também na paz mundial”, disse o ministro.

Lembrou que a 15 de Dezembro, Angola vai albergar uma Cimeira de Chefes de Estado para debater a situação da paz e segurança na República Democrática do Congo.

A Cúpula ocorre entre o Presidente de Angola, João Lourenço, do Ruanda, Paul Kagame, e o da RDC, Félix Tshisekedi.

Em Julho, com base na mediação de Angola, foi firmado o cessar-fogo na RD Congo, que entrou em vigor em 4 de Agosto deste ano. Desde então, representantes diplomáticos das três nações têm se reunido para aprofundar o diálogo na direcção de um acordo de paz abrangente.

Nesta entrevista à ONU News, o ministro Téte António falou das conversações e reforçou que a diplomacia é o único caminho para a paz.

O chefe da diplomacia angolana, Téte António, citou alguns aspectos importantes para o acordo como o retorno dos refugiados congoleses, os refugiados tutsis congoleses que estão no Ruanda, o desengajamento das forças no terreno ou levantamento de medidas de segurança de Ruanda.

Um outro ponto, segundo o ministro, é a neutralização da FDLR, um grupo de milícias hutus que saíram de Ruanda durante o genocídio ocorrido em 1994.

Além disso, os negociadores debatem a situação do M23, activo no leste da RD Congo. O cessar-fogo é monitorado por um Mecanismo de Verificação ad hoc.

As forças de paz da ONU em conjunto com a Monusco patrulham perto da cidade de Beni, em Kivu do Norte, República Democrática do Congo.

A missão de paz das Nações Unidas na RD Congo (Monusco) tem apoiado os esforços do Processo de Luanda, que também foi elogiado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.

Para Téte António, a parceria com as Nações Unidas é um passo importante na direcção da paz.

“Na prática, nós temos tido uma cooperação exemplar com as Nações Unidas. No sentido de que, no terreno, temos uma colaboração. Está lembrado que assinei aqui, no Ministério das Relações Exteriores, um Memorando de Entendimento com a Monusco, para a missão apoiar um mecanismo de verificação ad hoc, que foi decidido no Processo de Ruanda, justamente para velar pela prevenção, mas observar qualquer violação que houvesse no terreno pelas partes”, asseverou.

Detalhou que fazem parte do mecanismo 18 oficiais angolanos, três da RDC e igual número do Ruanda.

A RDC é um país rico em recursos minerais que há várias décadas sofre com um conflito que envolve mais de 120 grupos armados.

Mais de 1,7 milhão de pessoas vivem deslocadas somente na província do Kivu do Norte. Em todo o país, mais de sete milhões de congoleses foram obrigados a deixar suas casas devido a confrontos.ART





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