Luanda - O representante permanente de Angola junto das Nações Unidas, Francisco José da Cruz, destacou, quinta-feira, a necessidade da União Africana participar na Quarta Conferência Internacional sobre o Financiamento para o Desenvolvimento, em Sevilha (Espanha), com uma visão estratégica sobre os seus objectivos.
O diplomata aflorou a questão no encontro que manteve com o presidente do Comité de Assistência ao Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Carsten Staur, e com o Representante da OCDE para as Nações Unidas, Thomas Schmoll, com os quais abordou os preparativos da 4.ª Conferência da ONU sobre Financiamento para o Desenvolvimento (FFD4) e o papel de Angola na preparação do Fórum, na sequência da liderança da União Africana (UA).
Francisco da Cruz sustentou a sua posição pelo facto de ser uma oportunidade para um acesso mais simplificado e justo aos recursos financeiros adequados para a concretização dos projectos destinados a impulsionar o progresso socioeconómico de África.
Reiterou o posicionamento do Presidente da República e da UA, João Lourenço, visando a construção de uma nova Arquitectura Financeira Internacional.
Realçou a importância de ser criada uma Agência de Notação Financeira Africana, para garantir avaliações mais justas e alinhadas com a realidade económica do continente, argumentando que as agências internacionais nem sempre reflectem com precisão os progressos e reformas em curso, o que pode prejudicar o acesso ao financiamento favorável.
Francisco José da Cruz aproveitou a ocasião para informar que Angola estará envolvida nas negociações, especificamente, na coordenação, em nome do Grupo dos 77+China e do Grupo Africano, na secção da Mobilização de Recursos Financeiros Domésticos.
O Comité de Assistência ao Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico ( OCDE) é um fórum no qual os principais doadores bilaterais trabalham em conjunto para apoiar o desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento.
O objectivo global é promover a cooperação para o desenvolvimento e outras políticas relevantes que contribuam para o desenvolvimento sustentável dos países em desenvolvimento, incluindo o desenvolvimento económico inclusivo e sustentável, o avanço das igualdades dentro e entre os países, a erradicação da pobreza e a melhoria dos padrões de vida.
Combate ao Terrorismo
Por outro lado, uma delegação da Missão Permanente de Angola junto das Nações Unidas participou de 12 a 13 de Março, na República de Malta, na Conferência das Nações Unidas sobre Estratégias Nacionais e Regionais de Combate ao Terrorismo.
Na ocasião, Angola partilhou a sua expediência de inclusão de todos os sectores da sociedade na elaboração abrangente e holística da Estratégia Nacional de Combate ao Terrorismo, durante um painel dedicado às lições aprendidas sobre o engajamento dos Governos com os parceiros da sociedade civil no desenvolvimento de estratégias nacionais eficazes de Combate ao Terrorismo.
Estiveram em debate questões práticas que contribuem para eliminar as ameaças imediatas e causas profundas geradoras de Terrorismo.
A sessão de abertura contou com intervenções do Presidente de Malta, Myriam Debono, e da secretária-geral assistente e directora executiva de Combate ao Terrorismo das Nações Unidas, Natalia Gherman.
A delegação angolana foi liderada pelo representante permanente adjunto, Mateus Luemba, e integrou os conselheiros João Felizardo e Martins Soares. ART
