Luanda – Angola apela à União Africana e às Nações Unidas a intensificar os esforços para implementação da Resolução 2719 (2023), sobre as operações de paz em África”, declarou, sexta-feira, em Addis Abeba, Etiópia, o representante permanente junto da organização continental, Miguel Bembe.
A posição do país foi manifestada durante a 1215ª Reunião do Conselho de Paz e Segurança (CPS) da União Africana (UA) dedicada ao futuro das Operações de Apoio à Paz, lideradas pela organização continental.
Segundo o diplomata angolano, a Resolução 2719 do Conselho de Segurança da ONU representa um marco importante para o financiamento das Operações de Apoio à Paz da UA.
Lamentou a situação de alguns países africanos que enfrentam conflitos armados e crises humanitárias, o que torna imperativa a implementação eficaz e célere da referida resolução, sendo crucial que os mecanismos de financiamento sejam activados de forma a responder às necessidades imediatas e emergentes das operações de paz no continente africano.
“Este compromisso é essencial para reforçar a capacidade da UA responder de forma eficaz aos conflitos no continente, garantindo a paz e a segurança para os nossos povos“, afirmou.
No seu entender, trata-se de um passo determinante e decisivo para consolidar uma parceria de colaboração entre a UA e a ONU.
Segundo o embaixador Miguel Bembe, apesar dos avanços alcançados, Angola considera que a implementação da Resolução 2719 (2023) apresenta obstáculos, designadamente a necessidade de definir as modalidades operacionais para assegurar o financiamento das Operações de Apoio à Paz da UA.
“A complexidade dos processos de coordenação entre as diversas entidades envolvidas, dentro da UA, com as agências da ONU, exige um esforço conjunto e contínuo, ao mesmo tempo que a evolução dos conflitos no continente africano requer respostas rápidas e eficientes, para a operacionalização desta Resolução”, pontualizou o diplomata.
Dentre as recomendações de Angola, destaca-se uma atinente a criação de um Fundo de Emergência específico, financiado pelas contribuições avaliadas pela ONU, destinado a apoiar as Operações de Apoio à Paz da UA em situações de crise aguda, para garantir uma resposta rápida e eficiente às emergências de segurança no continente.
A realização, com urgência, de um retiro para reflectir sobre a Resolução 2719 e o processo da sua operacionalização, cujo formato, composição e modalidades deverão ser definidos oportunamente, é outra das recomendações apresentadas por Angola nesta reunião, orientada pela embaixadora Rebecca Amuge Otengo, representante permanente do Uganda junto da União Africana, que preside o CPS no corrente mês.
A sessão aprovou o projecto da agenda de trabalhos para Julho próximo, mês em que Angola deverá assumir a presidência rotativa do CPS, órgão decisório permanente da UA para a prevenção, gestão e resolução de conflitos.
O documento foi previamente analisado no decurso de um encontro que o embaixador Miguel Bembe manteve com o comissário para os Assuntos Políticos Paz e Segurança da UA, Bankole Adeoye. ART