Luanda - Angola vai albergar, nos próximos tempos, o Secretariado Executivo da Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), anunciou esta quinta-feira, em Luanda, o secretário Manuel Augusto.
O secretário para as Relações Internacionais do Bureau Político do MPLA falava à imprensa no final de um encontro de trabalho, com deputados do Brasil, no quadro da visita de Estado que o Presidente Lula da Silva efectua a Angola de 24 a 27 do corrente mês.
“Por essa razão, a nossa delegação era integrada também pela direcção do Grupo Parlamentar do MPLA que tiveram a oportunidade de discutir, com os seus homólogos brasileiros, formas práticas para sairmos do discurso e passarmos para a acção na cooperação parlamentar”, referiu.
Segundo Manuel Augusto, parlamentares brasileiros e angolanos passaram em revista a situação política, económica e social de cada um dos países, assim como as formas de reforçar as relações entre o Grupo Parlamentar do MPLA e os deputados ao Congresso do Brasil.
Nesta vertente, disse que houve uma troca de impressões muito frutuosas que serviu para o estabelecimento de alguns programas, a serem executados o mais rápido possível.
Para si, a importância deste encontro de trabalho transcende as relações entre Angola e o Brasil, porquanto os dois países são membros da CPLP que, nos próximos dias, realizará a sua cimeira de Chefes de Estado e de Governo em São Tomé e Príncipe.
O presidente do Grupo Parlamentar do MPLA, Virgílio de Fontes Pereira, participou do encontro, realizado na sede deste partido que governa Angola.
Na ocasião, o presidente do Grupo de Amizade Parlamentar Brasil - Angola, Márcio Marinho, manifestou a pretensão do recomeço de uma nova história na relação entre os dois países, envolvendo os governos eleitos democraticamente.
Por isso, considerou positivo o referido encontro pela abordagem de temas importantes, com destaque para a segurança alimentar, ciência e tecnologia, agricultura familiar, saúde, anemia falciforme, banco de leite, infraestruturas, entre outros.
O deputado federal republicano garantiu que todas as matérias, a serem aprovadas e encaminhadas ao parlamento brasileiro, no quadro da cooperação com Angola, merecerão uma atenção especial.
“Angola pode contar com o Parlamento brasileiro. Estaremos apoiando, carimbando com toda a energia e segurança todo o tipo de acordo entre os executivos de Angola e do Brasil, para o fortalecimento desta relação bilateral”, concluiu o presidente do Grupo de Amizade Parlamentar Angola e Brasil, existente há mais de seis anos.
A delegação, composta por deputados de vários partidos que apoiam o novo governo brasileiro, incluiu os parlamentares Reginete Bispo (PT/RS), Dandara Tonantzin (PT/MG), Iza Arruda (MDB/PE), Carol Dartora (PT/PR), Jack Rocha (PT/ES), Damião Feliciano (União Brasil/PB), Orlando Silva (PCdoB/SP), Márcio Marinho (Republicanos/BA), António Brito (PSD/BA), Jonas Donizette (PSB/SP) e a senadora Zenaide Maia (PSD/RN).
O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola, proclamada a 11 de Novembro de 1975, pelo Presidente António Agostinho Neto. A sua Embaixada em Luanda foi criada por decreto, em Dezembro do mesmo ano.
A cooperação entre Angola e o Brasil começou a desenhar-se a 11 de Junho de 1980, com a assinatura do Acordo de Cooperação Económica, Científica e Técnica.
No âmbito desse acordo, os dois países desenvolveram a cooperação bilateral nas áreas da saúde, cultura, administração pública, formação profissional, educação, meio ambiente, desporto, estatística e agricultura. OHA/AL