Luanda - A República de Angola acolhe desde hoje, quarta-feira, a reunião da Comissão Conjunta Permanente (CCP) entre as repúblicas Democrática do Congo e do Ruanda, no âmbito da presidência em exercício da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL).
A reunião acontece no Ministério das Relações Exteriores, em Luanda, com a participação do vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros do Congo Democrático, Christophe Lutundula Apala Pen’Apala, e do ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional do Ruanda, Vicent Biruta.
No encontro, que termina na quinta-feira (21), o ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, na qualidade de Presidente do Comité Regional Inter-Ministerial da CIRGL, congratulou-se pela realização da Comissão Conjunta Permanente, considerando "um mecanismo de singular importância no quadro do tratamento de todas as questões inerentes ao fortalecimento da cooperação bilateral nos mais variados domínios".
Encorajou as delegações da RDC e do Ruanda para uma reunião frutífera, virada para a necessidade da criação de um clima propício para o reforço e aprofundamento da cooperação, em prol do bem-estar e prosperidade das populações dos respectivos países, assim como a harmonia de toda a região.
Reiterou agradecimentos pela confiança depositada à República de Angola neste processo, tendo reafirmado a vontade e compromisso em continuar a jogar o papel de facilitador ao serviço de uma região apaziguada e uma África próspera.
Ainda na tarde de hoje, o ministro Téte António convidou os ministros Christophe Lutundula Apala Pen’Apala (RDC) e Vicent Biruta (Ruanda) a visitarem a Feira Internacional de Luanda, palco de promoção de produção nacional, de realização de negócios e de fomento de emprego.
A nova crise entre os dois países da África Central, membros da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), começou a 27 de Maio deste ano, quando a RDC acusou abertamente o Ruanda de apoiar o grupo rebelde M23, que ressurgiu na província do Kivu-Norte, no Leste congolês-democrático.
O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, na sua qualidade de presidente da CIRGL, tem mantido contactos regulares com os seus homólogos da RDC e do Ruanda, para a busca de consenso e tentativa de evitar um conflito armado de maiores proporções na região.
Além de Angola e RDC, a CIRGL é integrada por Burundi, República do Congo, República República Centro Africana (RCA), Ruanda, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia, Uganda e Zâmbia.
A organização foi criada com o objectivo de resolver questões de paz e segurança, após os conflitos políticos que marcaram a região em 1994.