Cuito - Os reclusos que cumpriam prisão na cadeia da Comarca do Cuito, na província do Bié, e beneficiaram, esta quinta-feira, da Lei da amnistia, enalteceram o gesto de perdão do Presidente da República, João Lourenço.
O tribunal local começou hoje a restituir à liberdade 24 cidadãos abrangidos pela Lei da Amnistia, confinados nas cadeias da Comarca do Cuito e de Capolo, tendo os beneficiários considerado a desisão do Chefe de Estado como uma oportunidade para a mudança de comportamento.
Em declarações à ANGOP, pouco depois de receber a certidão de soltura, Emanuel Paulo Ângelo, de 25 anos de idade, que cumpriu uma pena de três anos e dois meses por furto, disse que doravante vai viver em conformidade, para honrar o gesto do Titular do Poder Executivo.
Morador do bairro Engenharia, arredores da cidade do Cuito, o jovem pretende continuar a estudar, para dar outro rumo à sua vida, avançando que perdeu muitas oportunidades enquanto detido.
Já o adolescente Henrique Zacarias, de 17 anos de idade, que ficou preso durante nove meses, também por furto, pretende igualmente dar continuidade aos estudos. Antes da detenção estava a frequentar a 9ª classe.
Com a prática do mesmo crime esteve a cumprir prisão o cidadão Sabino Cossengue, de 37 anos de idade. Arrependido, prometeu nunca mais voltar a mexer nas coisas alheias, agradecendo também a nobreza do Presidente João Lourenço.
Natural do município de Catabola, Sabino Cossengue é pai de 13 filhos, apesar de não ter emprego, disse que viajar à província de Malanje, em busca de meios de sustento para a família, prestando serviço em fazendas.
A lei da amnistia foi aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, com 120 votos a favor, nenhum contra e 82 abstenções (todas da oposição).
Com a aprovação deste Diploma, serão amnistiados todos os crimes comuns com penas de prisão até oito anos, cometidos por cidadãos nacionais ou estrangeiros no período entre 12 de Novembro de 2015 e 11 de Novembro de 2022.
Na ocasião, o juiz presidente do Tribunal da Comarca do Cuito, Nganga Pilartes da Silva, sem avançar o número total de solturas emitidas, disse ser maior o número dos abrangidos, realçando, porém, a necessidade dos beneficiários adoptarem condutas pautadas em princípios da convivência social.
O responsável entende também que o gesto é uma oportunidade que o Presidente da República, João Lourenço, concedeu a todos reclusos que cumpriam penas leves, no âmbito das comemorações do 47º aniversário da Independência Nacional.
Já no passado dia seis do mês corrente, 26 reclusos das Forças Armadas Angolanas (FAA) e da polícia nacional foram postos em liberdade, nesta província, no âmbito da mesma Lei.
Dos presos, 15 são das FAA e 11 da polícia.
De realçar que a última amnistia aconteceu em 2016. Na altura, o tribunal provincial do Bié restituiu à liberdade 201 reclusos das cadeias da Comarca do Cuito e de Capolo.