Luanda - Altas figuras do Estado angolano destacaram esta segunda-feira, em Luanda, os feitos do Cardeal Dom Alexandre do Nascimento.
Para o ministro das Relações Exteriores, Téte António, através da sua missão na Igreja Católica, Dom Alexandre do Nascimento contribuiu para a elevação do nome de Angola no exterior.
O ministro fez estas referências à imprensa após a assinatura do livro de condolências, pelo passamento físico do Cardeal, na Arquidiocese de Luanda.
Téte António afirmou ainda que, como “diplomata religioso”, Alexandre do Nascimento conseguiu, com empenho, fazer com que o nome de Angola fosse escutado alto na arena internacional.
"Sobretudo defendendo causas justas, dos humildes, da liberdade, da paz e do desenvolvimento", argumentou.
Por sua vez, o governador da província de Luanda, Manuel Homem, disse que o país perdeu um ícone da sua história.
“Dom Alexandre dedicou a maior parte da sua vida em prol do sacerdócio. Deixa-nos um pesar enorme mas também lições de resiliência", referiu.
Destacou ainda o facto de ter sido um homem que dedicou-se à paz para o país e a união das famílias.
Em seu entender, a mensagem do Cardeal e a sua obra devem ser seguida pelas futuras geraçõe.
Na mesma ocasião, a secretária de Estado da Cultura, Maria de Jesus, considerou-o como sendo uma figura de destaque não só para igreja, mas para toda a sociedade.
Por este facto, “o desaparecimento de Dom Alexandre do Nascimento representa uma perda muito grande, sendo pois um momento muito triste”, lamentou.
Para a vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, o religioso foi um patriota, construtor de pontes, promotor da paz, do perdão e da reconciliação nacional, daí ter deixado um valioso legado.
Em sua visão, Dom Alexandre constitui um “tesouro” para as novas gerações e será recordado também como um acadêmico de excelência que esteve na gênese da criação da Universidade Católica de Angola.
Lembrou, neste âmbito, que contribuiu para a formação de muitos quadros que têm dado o seu contributo no desenvolvimento de Angola.
“Perdemos um líder espiritual de grande dimensão. O primeiro Cardeal, que orgulha a todos os angolanos pelas acções que ele desenvolveu em prol da Igreja Católica, e não só" acrescentou.
Já o embaixador de Portugal em Angola, Francisco Alegre Duarte, disse, em nome do seu governo que as autoridades lusas consideram Alexandre do Nascimento uma “grande figura”.
Acrescentou ainda que o Cardeal "teve uma vida e um percurso muito longo que se confunde com a própria história de Angola".
Recordou ainda que Dom Alexandre do Nascimento teve um passado como nacionalista que o levou ao exílio em Portugal, onde cumpriu 10 anos sob termo de identidade e residência, onde fez amigos, com referência para o actual Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.
Hoje, segunda-feira, na Arquidiocese de Luanda o Presidente da República, João Lourenço, acompanhado da Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, assinou o livro de condolências pelo físico de Dom Alexandre do Nascimento.
O velório de Dom Alexandre Cardeal do Nascimento, falecido a 28 de Setembro último, vítima de doença, aos 99 anos de idade, decorre desde domingo na paróquia da Sagrada Família, em Luanda.
A urna contendo os restos mortais do Cardeal permanecerá exposta nesta igreja, até terça-feira, dia 8, ao que se seguirá o seu sepultamento na Arquidiocese de Luanda. AFL/SC