Nairóbi ( Da enviada especial) - O Presidente do Quénia, William Ruto, destacou esta segunda-feira, em Nairóbi, o potencial de recursos renováveis de África que pode suprir todas as necessidades energéticas do continente.
“O continente tem potencial suficiente para ser totalmente autossuficiente com a combinação de energia eólica, solar, geotérmica e sustentável, biomassa e energia hidroelétrica”, destacou o Presidente na abertura da plenária de segmento ministerial da Cimeira Africana do Clima, da qual alberga.
Na verdade, acrescentou o Presidente queniano, África pode ser um centro industrial verde que ajude outras regiões a alcançar as suas estratégias de emissões líquidas zero até 2050.
Olhando para a luz, presente quase todo ano, tal disponibilidade torna o potencial solar de África particularmente único, perfeitamente adequado às necessidades energéticas industriais – algo que considera mais desafiador em climas temperados.
Além disso, a restauração e expansão dos recursos naturais de África os sumidouros de carbono não são apenas um imperativo ambiental, mas sim, uma mina de ouro económico sem paralelo.
“Eles têm o potencial para absorver milhões de toneladas de CO2 anualmente, o que deverá traduzir-se em milhares de milhões de dólares, melhores meios de subsistência
e milhões de oportunidades em todo o continente”, calculou William Ruto, sublinhando que tal acção concorre ao mesmo tempo para a proteção da biodiversidade.
Para si, os recursos energéticos renováveis de África não são apenas uma necessidade ambiental, mas sim um catalizador final da prosperidade socioeconómica radical.
Segundo o Presidente, epodem alimentar o desenvolvimento, impulsionar o crescimento económico, criar empregos e tirar milhões de pessoas da pobreza energética – tudo isto ao mesmo tempo que reduz a nossa emissão de carbono pegada, continental e globalmente.
Rede nacional do Quénia
A título de exemplo, traz o seu país como uma boa do que é possível, tendo uma rede nacional que opera atualmente a 3 Giga Watts, sendo 92% dessa energia é renovável.
“ A nossa ambição é audaciosa, mas alcançável: 100% renovável até 2030 e uma rede de 100 Giga Watt, totalmente renovável, até 2040”, destacou Ruto.
Assim, para se colmatar a lacuna de investimento, a fim de permitir ao continente satisfazer as suas necessidades energéticas, o Chefe de Estado defende a a criação de demanda em escala suficiente para fornecer incentivos para um investimento privado adequado em infra-estruturas energéticas desenvolvidas.
Adição de valor aos minerais
Diante de uma plateia vasta, o Presidente do Quénia mostrou outras oportunidades geoeconomicas sem precedentes para África.
Destacando a intervenção importante de África na extracção de minerais, lembra que grande parte precisa da adição de maior valor – fundição, refinação, montagem e até mesmo a produção de veículos eléctricos (VE), como acontece em outras geografias.
Ainda com base em cálculos para agregar as várias perspectiva, antevê que até 2025, estima-se que a mineração de minerais essenciais para baterias, como níquel, lítio e cobalto, gere cerca de 11 mil milhões de dólares em valor.
No entanto, acrescenta, se for dado o próximo passo e forem envolvidas actividades de valor acrescentado, como a refinação destes minerais em metais de qualidade industrial, esse valor poderá quadruplicar, para 50 mil milhões de dólares.
“ (…) E se considerarmos a cadeia de valor ponta a ponta dos veículos eléctricos, incluindo a bateria e todos os outros componentes, o valor de mercado dispara para surpreendentes sete (7) biliões de dólares”, aponta, para quem estes números demonstram claramente que África já não pode permitir-se uma “abordagem minimalista de curto prazo baseada nas matérias-primas”.
Para si, “chegou a hora de nos libertarmos das amarras da baixa ambição”, apelo o presidente do Quênia, onde é possível a convivência Homem e animal.NE/VM