Luanda - A Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) oferece uma oportunidade única para melhorar o papel do turismo na integração continental, na criação de emprego e no desenvolvimento sócio económico.
A informação consta da declaração do Grupo Africano, depositada esta terça-feira,16, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, pelo Representante Permanente de Angola, embaixador Francisco José da Cruz, no âmbito do “Debate Temático de Alto Nível sobre Promoção do Turismo Sustentável e Resiliente”.
O acto se insere nas actividades da Semana da Sustentabilidade da ONU, que decorre desde segunda-feira, 15 de Abril.
O documento realça que em 2022, o sector do turismo em África teve um impacto significativo, contribuindo com 6% para a sua economia, sustentando 22 milhões de empregos e injectando 168 mil milhões de dólares no PIB de África.
Estas contribuições destacam o papel vital do sector no tecido económico do continente, que em 2023, atraiu mais 80 milhões de turistas internacionais, confirmando o seu estatuto como um destino de viagem de primeira linha.
“O turismo em África transcende as estatísticas económicas, sendo uma vibrante expressão da nossa vasta herança cultural e diversidade, celebrada através de mais de 3.000 grupos étnicos e línguas em todo o continente”, lê-se na declaração do Grupo Africano.
O Grupo apoia a utilização do Quadro Estatístico para Medir a Sustentabilidade do Turismo, recentemente adoptada pela Comissão Estatística das Nações Unidas.
Este quadro, pode orientar o desenvolvimento de políticas baseadas em evidências e ajudar a garantir que a contribuição do sector do turismo para os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) seja efectivamente medida e maximizada.
Para o Grupo Africano, o turismo é uma indústria complexa que requer uma forte colaboração internacional.
“Hoje, não é apenas importante reconhecer os benefícios económicos do turismo, mas também o seu papel na promoção da consciência global e na promoção da paz”, indica.
Na sua declaração, o Grupo reitera que o turismo em África é uma indústria diversificada com um passado histórico rico, que oferece muitas oportunidades de descoberta e aprendizagem.
Angola preside o Grupo Africano, em Nova Iorque, durante o mês de Abril.
Angola aborda o PLANATUR na sede da ONU
Na sua declaração, Angola destaca o Plano Nacional de Promoção Turística (PLANATUR), que visa assegurar investimentos directos em grande escala para facilitar o acesso dos turistas em Angola e a sua mobilidade interna.
O documento pretende ainda desenvolver infra estruturas de serviço público, salvaguardar a formação e qualificação do pessoal para a prestação de serviços e melhorar o quadro legal e regulatório da actividade turística no país.
Na declaração, depositada esta terça-feira, na sede das Nações Unidas, Angola afirma que o turismo pode contribuir directa ou indirectamente para o cumprimento da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, particularmente dos ODS 8, 12 e 14: crescimento económico inclusivo e sustentável, consumo e produção sustentáveis e utilização sustentável dos oceanos e dos recursos marinhos, respectivamente.
“Angola tem um forte potencial no turismo, o que representa uma oportunidade excepcional para potenciar o processo em curso de diversificação da economia do país”, lê-se na declaração.
Foi ainda reiterado o facto de que o sector do turismo pode desempenhar um papel significativo na agenda de desenvolvimento sustentável do país, criando empregos, distribuindo oportunidades económicas e melhorando a qualidade de vida das comunidades. ART