Lóvua- Os adidos de defesa da Alemanha, Brasil, Cuba, França, Itália, Portugal e Moçambique, acreditados em Angola, enalteceram nesta quarta-feira, o apoio do governo angolano na reintegração socioeconómica dos refugiados da Republica Democrática do Congo (RDC), acolhidos na Lunda Norte desde 2017.
Em declarações à imprensa, no final da visita efectuada ao Campo de Refugiados do Lóvua, o adido militar português, Paulo Vaz, em representação dos demais, sublinhou que Angola deu um "grande" exemplo ao acolher e garantir a segurança aos cidadãos que corriam riscos de vida, devido aos conflitos étnicos e políticos no país de origem (RDC).
Destacou o programa agrícola implementado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em parceria com o governo da Lunda Norte, que actualmente beneficia 30 famílias, bem como os projectos de alfabetização.
Elogiou o projecto de inserção dos refugiados no sistema nornal de ensino e o programa de registo cívil à crianças que nascem no território angolano.
Em Junho de 2017 entraram no território angolano, propriamente na província da Lunda Norte, 31 mil e 241 cidadãos da RDC, devido aos conflitos políticos e étnicos naquele país. Desse número, registou-se a saída voluntária, em 2018, para o país de origem, de 11 mil e 758 cidadãos.
Em Agosto de 2019, registou-se o repatriamento espontâneo de 14 mil e 724 refugiados, que decidiram abandonar o campo do Lóvua e regressar para a RDC.
Essa atitude motivou um encontro tripartido entre o Governo angolano, o da RDC e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), cujo acordo permitiu um novo processo de repatriamento, mediante o qual dois mil e 912 refugiados regressaram ao país de origem.
Esse processo ficou suspenso devido ao surgimento inesperado da Covid-19.
Actualmente, no campo do Lóvua encontram-se seis mil e 801 refugiados, sendo 1. 319 homens, 1.385 mulheres e 4.097 crianças.
De 2017 a 2020, nasceram em Angola 1.270 crianças e faleceram, por diversas patologias, 288 refugiados.