Dundo – O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) inicia nos próximos dias, negociações com os governos de Angola e da República Democrática do Congo (RDC), para a retoma do processo de repatriamento dos refugiados assentados no Lóvua desde Maio de 2017.
Em Agosto de 2019, registou-se o repatriamento espontâneo de 14 mil e 724 refugiados, que decidiram abandonar o campo do Lóvua e regressar para a RDC.
Essa atitude motivou um encontro tripartido entre o Governo angolano, o da RDC e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), cujo acordo permitiu um novo processo de repatriamento, mediante o qual dois mil e 912 refugiados regressaram ao país de origem.
Esse processo ficou suspenso devido ao surgimento inesperado da Covid-19.
Conforme o representante do ACNUR em Angola, Victor Tani, actualmente decorre o processo de inquérito para saber quantos refugiados desejam regressar ao país de origem e quanto querem permanecer em Angola.
De acordo com o responsável que realiza uma visita de trabalho à província da Lunda Norte, actualmente encontram-se no campo do Lóvua, 6.800 refugiados e mais três mil espalhados em diversas localidades da cidade do Dundo, devidamente monitorizados pelo ACNUR e as autoridades locais.
Em Junho de 2017 entraram no território angolano, propriamente na província da Lunda Norte, 31 mil e 241 cidadãos da RDC, devido aos conflitos políticos e étnicos naquele país. Desse número, registou-se a saída voluntária, em 2018, para o país de origem, de 11 mil e 758 cidadãos.
De 2017 a 2020, nasceram em Angola 1.270 crianças e faleceram, por diversas patologias, 288 refugiados.