Luanda – A acção diplomática do Presidente da República, João Lourenço, no quadro da visita oficial de 48 horas à República da Coreia, consta entre os principais destaques do noticiário político da semana que hoje, sábado (4), finda.
Entre as várias actividades no quadro desta deslocação àquele país, estão o encontro com o seu homólogo Yoon Suk-Yeol e as conversações oficiais entre delegações dos dois países.
Na abertura do encontro, João Lourenço realçou que, depois de 31 anos de intercâmbio e de trocas comerciais, os dois Estados estão em condições de potenciar a sua cooperação, dada a grandeza dos seus recursos.
Referiu que existem muitos sectores em que este incremento deve começar, inscritos nos acordos por assinar, para que Angola possa igualmente absorver os passos dados pela Coreia, que se tornou num país muito desenvolvido em pouco tempo.
Já no banquete oficial oferecido pelo Presidente Yoon Suk-Yeol, o líder angolano pediu maior frontalidade e coragem da comunidade internacional na gestão das crises mundiais.
Disse que "vivemos num mundo cada vez mais conturbado", com conflitos antigos que não se resolvem e outros novos que vão surgindo, um pouco por todas as regiões do nosso planeta.
Outro aspecto de realce esteve relacionado com o facto de o Presidente João Lourenço ter manifestado também o interesse de ver instaladas, em Angola, unidades fabris de marcas sul-coreanas como forma de consolidar a parceria económica entre os dois países.
Já no primeiro Fórum Empresarial entre os dois países, que reuniu agentes públicos e privados, disse que "temos muito interesse em ver unidades fabris de máquinas pesadas, automóveis e de electrónica instaladas no nosso país, como parte da parceria sólida e duradoura que queremos construir entre as nossas economias e os nossos povos".
Noutro domínio, a divisão política da ANGOP deu destaque às declarações do embaixador da China em Angola, Zhang Bin, que referiu que o volume de trocas comerciais entre as duas nações atingiu, em 2023, vinte e três (23) biliões de dólares norte-americano.
O diplomata, que falava à imprensa no final do encontro com a Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, apontou que o investimento chinês atingiu estas cifras frutos das relações e trocas comerciais existentes.
Zhang Bin salientou ainda que existem muitas empresas chinesas com interesse em investir em Angola e a embaixada vai ajudar a concretizar estes interesses.
Fez também manchete o pedido da secretária-geral do Fórum Parlamentar (FP) da SADC, Boemo Sekgoma, no sentido da contínua liderança de Angola na mobilização de outros países, para assinarem o tratado relativo à transformação automática deste órgão em Parlamento Regional.
Boemo Sekgoma fez esse pronunciamento à saída de uma audiência com a presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, que serviu para a revisão da cooperação regional, relativa ao parlamento da SADC, e a preparação da 55ª plenária a ter lugar no país e direccionada para as energias renováveis.
A ANGOP destacou também as notícias em torno dos resultados da implementação dos juízes de garantia, um ano após a sua institucionalização.
Ao falar durante o acto de celebração do primeiro ano de funções do juiz de garantias, o presidente do Tribunal Supremo (TS), Joel Leonardo, referiu que, neste período, aproximadamente 20 mil processos foram avaliados por estes desde a sua entrada em funções, em 2023.
Na ocasião, observou que, de acordo com os relatórios, os problemas de transporte, mobilidade de reclusos, espaços para audiências, entre outros, não resistem perante as vantagens obtidas pelos cidadãos em ter um juiz de garantias mais próximo de si, mediante o império do devido processo legal.
O trabalho desenvolvido pelos juízes de garantias, bem como a sua rápida adaptação a um modelo de trabalho que até então lhes era desconhecido foi destacado pelo procurador-geral da República, Hélder Pitta Gróz, no evento.
Pitta Gróz referiu indo que foi necessária a realização desta tarefa, sua aplicação e divulgação.
Em relação ao assunto, o bastonário da Ordem dos Advogados de Angola (OAA), José Luís Domingos, afirmou que, apesar do mérito da criação do juiz de garantias, este ainda não colmatou as debilidades do sistema processual.
José Luís Domingos justificou que a sua implementação, em muitos casos, tem contribuído para o agravamento da fragilidade da situação dos arguidos e detidos no país.
Foi ainda destaque, nesta semana, o pronunciamento do ministro da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos, em Cabo Verde, onde destacou as acções das autoridades nacionais em prol do bem-estar dos heróis do país.
Falando durante a celebração dos 50 anos da Libertação dos Presos do Campo de Concentração do Tarrafal, frisou que, dentre estas acções, estão a construção de representações simbólicas, entre as quais monumentos e sítios, infra-estruturas importantes no processo de consolidação do ensino da história à juventude actual e às futuras gerações.
Mereceu ainda destaque do desk político da ANGOP, a participação do ministro das Relações Exteriores, Téte António, em Copenhaga, Dinamarca, na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos países nórdicos e africanos.
O evento abordou temas ligados ao aumento da cooperação e comércio entre ambas as regiões, bem como a transição verde e as cadeias de valor alimentar. SC
