Luanda - Pelo menos 64 mulheres abaixo dos 20 anos de idade ficaram sem o útero em Angola, no período de 2021 a 2022, como resultado de abortos inseguros (induzidos).
O dado foi avançado esta quinta-feira, pela directora do projecto Ferrt Mulher, Constantina Stella, que não avançou dados comparativos em relação aos anos anteriores.
Segundo a fonte, que falava à imprensa, à saída de uma audiência com a Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, a sua organização realizou um estudo para aferir o impacto dos abortos induzidos nesse grupo social.
Constatina Stella avançou que o objectivo do projecto é levar informação às mulheres, para evitar os abortos ilegais, tendo em conta as consequências provocadas.
Na ocasião, informou que a Vice-Presidente da República abraçou a causa e pretende juntar-se ao projecto, visto que um dos objectivos da instituição é trazer saúde às mulheres.
Os abortos mal realizados têm sido causa de muitos problemas de saúde reprodutiva nas mulheres de todo o mundo, levando à retirada do útero e outras consequências.
Dados disponíveis indicam que todos os anos, cerca de 55,7 milhões de mulheres fazem abortos em todo mundo. E, destas, quase a metade, 25,1 milhões (45,1%), se submetem a procedimentos de alguma forma inseguros, a grande maioria (97%) em países em desenvolvimento ou pobres ou nos que têm leis que restringem ou proíbem prática.
Investigação Científica
Ainda esta quinta-feira, a Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, recebeu em audiência a cientista e investigadora angolana Teresa Matoso, com quem abordou questões ligadas à investigação científica.
No encontro, as partes abordaram a necessidade da criação de equipas multidisciplinares para a dinamização da investigação científica em Angola.
Segundo a especialista, Angola deve começar a estudar a possibilidade de abrir uma Indústria farmacêutica, tendo sublinhado que todos os prémios e reconhecimentos científicos granjeados, em duas décadas de trabalho, são o resultado do engajamento na investigação científica.
"Todos os trabalhos que publiquei passaram a ter notoriedade e reconhecimento a nível mundial”, concluiu.
A engenheira figura na lista dos melhores cientistas do mundo, distinguidos pela instituição AstraAsia, com o título “Mentes Brilhantes da Ciência, Tecnologia e Pesquisa numa dimensão global”.
Doutorada em Engenharia Química, pela Universidade de Newcastle, Reino Unido, desde 2008, a cientista é professora sénior de Engenharia Química, do Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPTEC).
Teresa Matoso Victor foi galardoada, com mais um prémio, pela sua notoriedade e é, actualmente, uma das referências nacionais no campo das ciências.
Do seu currículo consta o Prémio Internacional de Melhor Pesquisa Química e Desenvolvimento de Antibióticos, pela Pesquisa, Produção e Avaliação de dois antibióticos de streptomyces coelicolor A3(2), prodigiosina e actinorodina, sob fermentação em estado sólido, usando uma cultura microporosa.
O mesmo galardão foi-lhe concedido em consonância com o World Research Council (WRC), Conselho Mundial de Pesquisa. FMA/SC/ADR