Caracas - A Conferência Internacional sobre a Venezuela terminou, terça-feira, com um pedido de eleições livres, levantamento das sanções internacionais e a implementação de um fundo para investimento social.
Segundo o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Álvaro Leyva, foram coincidentes as posições sobre "a necessidade de estabelecer um calendário eleitoral que permita a realização de eleições livres e transparentes com plenas garantias para todos os actores venezuelanos".
"A este respeito, foi mencionada a importância de ter em conta as recomendações da Missão de Observação Eleitoral da União Europeia em 2021", frisou.
Os participantes na conferência pediram também que "os passos acordados, a satisfação das partes, estejam acompanhados pelo levantamento das diversas sanções" internacionais contra a Venezuela.
Álvaro Leiva disse que "os representantes de um grupo de países que participaram na conferência vão informar o Presidente Nicolas Maduro, os partidos e sectores da oposição e a sociedade civil sobre os resultados da conferência, para que avaliem e comentem".
Terça-feira, a Venezuela voltou a impor condições para que o Governo do presidente Nicolás Maduro retome o diálogo com a oposição, como o fim das investigações do Tribunal Penal Internacional (TPI) e de tribunais norte-americanos.
As exigências foram feitas, através da televisão estatal venezuelana, pelo presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, que também lidera a delegação que representa o Governo de Nicolás Maduro.
Jorge Rodríguez pediu "o levantamento de todas as sanções ilegais, das medidas coercivas unilaterais, ilegítimas e ilegais que, desde 2015, foram impostas contra a Venezuela, num número que se aproxima das mil sanções contra a sua economia, o petróleo, a ordem e contra as pessoas".
Como terceira condição, a Venezuela exige "que as políticas de (investigação judicial), de ataque através de aventuras nos tribunais dos EUA ou através do Tribunal Penal Internacional, parem porque afectam directamente os seus líderes mais importantes".
A Venezuela exige ainda que "seja concedida a libertação imediata" do empresário colombiano Alex Saab, tido como testa-de-ferro do Governo venezuelano e que Caracas insiste que tem estatuto de diplomata.
Em 15 de Abril, a Colômbia anunciou que tinha marcado para 25 de Abril um encontro internacional promovido pelo presidente Petro para promover o reatamento do diálogo entre o Governo e a oposição venezuelana.
A conferência teve lugar em Bogotá, no Palácio de San Carlos, e foram convidados 20 países. JM