Beijing - Presidente chinês, Xi Jinping, exigiu hoje ao Exército de Libertação Popular (ELP), as Forças Armadas da China, "lealdade absoluta" ao Partido Comunista, noticiou a AFP.
O líder do partido sublinhou também que "não pode haver lugar para a corrupção".
Xi, também presidente da Comissão Militar Central (CMC), dirigiu-se aos comandantes do exército durante uma conferência em Yanan, na província de Shaanxi, no noroeste do país, informou a imprensa local.
"Temos de deixar claro que as armas devem estar sempre nas mãos daqueles que são leais ao Partido, em quem se pode confiar. E temos de deixar claro que não há lugar para quaisquer elementos corruptos no exército", disse Xi, citado pela agência de notícias oficial Xinhua.
As declarações surgem meses após a demissão de nove generais, na sequência do afastamento do ministro da defesa Li Shangfu, alegadamente envolvido num caso de corrupção em grande escala, e antes da terceira sessão plenária do Comité Central do PCC, em Julho, quando deverão ser reveladas as prioridades económicas do país para os próximos anos.
Xi sublinhou no seu discurso, segundo a Xinhua, que o ELP "não deve esquecer o espírito revolucionário dos fundadores do Partido" e deve estar preparado para enfrentar "um mundo instável e em mudança".
"Estamos a enfrentar mudanças complexas e profundas no mundo, no nosso país, no Partido e no exército", disse.
Acrescentou que o ELP tem de estar "preparado para lutar e vencer", pelo que tem de fazer "um exame minucioso".
Xi salientou que "os quadros do (ELP) a todos os níveis, mas os quadros superiores em particular, devem dar um passo em frente, ousar enfrentar as suas próprias falhas e defeitos".
Isto inclui "eliminar quaisquer elementos que encorajem a corrupção", acrescentou, apelando a mais "mecanismos de controlo e supervisão".
O PCC puniu 610.000 funcionários no ano passado, um número recorde que sustenta a persistente campanha anti-corrupção de Xi, que consolidou o seu poder à frente do país durante o 20º Congresso do Partido Comunista, em 2022.
No ano passado, Xi apelou a "um redobramento" da luta contra a corrupção que disse ter obtido "uma vitória esmagadora", embora tenha previsto mais punições porque "a situação ainda é grave".
A actual campanha visa sectores tão diversos como as finanças, o tabaco e os produtos farmacêuticos, enquanto críticos dizem que visa também afastar rivais políticos de Xi. GAR