Moscovo - O Presidente russo, Vladimir Putin, pediu hoje uma resposta severa para os serviços secretos estrangeiros que procuram desestabilizar a Rússia para ajudar a Ucrânia, segundo a agência Lusa.
"O regime de Kiev, com o apoio directo de serviços especiais estrangeiros, seguiu o caminho dos métodos terroristas, praticamente do terrorismo de Estado", disse Vladimir Putin, num discurso divulgado por ocasião do Dia dos Agentes de Segurança Pública.
Sublinhou que é preciso pôr um fim de maneira dura às tentativas dos serviços especiais estrangeiros de desestabilizar a situação política e social na Rússia.
A Rússia tem atribuído às autoridades da Ucrânia numerosos alegados actos de sabotagem de caminhos-de-ferro e ataques de drones, desde que Moscovo lançou a ofensiva contra a esse país, em Fevereiro de 2022.
"São actos de sabotagem contra locais civis, infra-estruturas de transporte e energia, ataques contra cidadãos civis e representantes das autoridades", continuou.
De acordo com Presidente russo, os serviços de segurança não têm uma tarefa fácil. Mas têm todo o potencial necessário, todas as possibilidades para garantir a segurança do Estado, da sociedade, dos nossos cidadãos.
Na terça-feira, os serviços de informações ucranianos reivindicaram vários ataques com drones contra instalações militares na Rússia, incluindo vários aeroportos em Moscovo, noticiou a agência ucraniana Unian.
"A operação dos serviços de informações do Ministério da Defesa contra as instalações militares do Estado agressor está em curso", disse uma fonte das forças de segurança ucranianas à Unian.
O presidente da Câmara de Moscovo, Serguei Sobyanin, declarou que um drone foi abatido perto da capital, num ataque que obrigou à suspensão temporária das operações em vários aeroportos da cidade.
O tráfego aéreo dos aeroportos de Domodedovo, Vnukovo e Zhukovsy foi temporariamente redireccionado para o aeroporto de Sheremetyevo.
O autarca de Moscovo acrescentou que, de acordo com dados preliminares, o incidente não provocou feridos ou danos materiais.
Os ataques de drones ucranianos contra território russo, descritos como "ataques terroristas" por Moscovo, intensificaram-se nos últimos dias e estão a estender-se a regiões que não têm fronteira com a Ucrânia.
Na terça-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou que a Ucrânia vai produzir "um milhão de drones", aparelhos aéreos não tripulados, para o exército em 2024.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de Fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra. GAR