Washington - A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas de Novembro de 2024 foi hoje confirmada oficialmente no Congresso, sede do poder legislativo, numa sessão sem incidentes presidida pela vice-presidente, Kamala Harris.
A certificação da vitória do candidato republicano teve lugar numa sessão em Washington DC, no dia em que se completam quatro anos desde o ataque ao Capitólio por apoiantes de Donald Trump para tentarem bloquear a confirmação da vitória do então candidato democrata Joe Biden, agora Presidente cessante.
Todo o processo desenrolou-se hoje rapidamente, sem protestos ou mesmo objecções processuais, segundo noticia o site Notícias ao Minuto.
Um por um, os resultados estaduais foram lidos em voz alta por porta-vozes, enquanto senadores e congressistas iam aplaudindo. O vice-presidente eleito, JD Vance, esteve presente na sessão.
No final, o total de votos do Colégio Eleitoral foi lido por Kamala Harris: 312 para Trump e 226 para si própria, com a vice-presidente a certificar assim a sua própria derrota e a vitória do candidato republicano.
A câmara irrompeu em aplausos, com os republicanos a ovacionarem de pé a confirmação da vitória do próximo Presidente, Donald Trump.
"A presidente declara esta sessão conjunta terminada", afirmou Harris, concluindo a sessão que presidiu.
Numa mensagem de vídeo divulgada pela manhã, Kamala Harris descreveu o seu papel como uma "obrigação sagrada" de garantir a transferência pacífica do poder.
Para cumprir a data exigida pela lei para certificar a eleição, os legisladores reuniram-se hoje sob um forte dispositivo de segurança e com a capital norte-americana sob uma forte tempestade de neve.
A sessão de hoje, que decorreu tranquilamente e sem incidentes, contrastou com a violência e o caos de há quatro anos, quando uma multidão enfurecida de apoiantes de Trump invadiu o Capitólio, num movimento que gerou mortes e que resultou em penas de prisão para centenas de pessoas.
Além do aumento do número de patrulhas, de agentes policiais no terreno e da coordenação entre agências de segurança, foi montado um grande perímetro de segurança em torno do Capitólio, com altas barreiras de metal erguidas ao longo de vários quilómetros, num lembrete daquele que foi o maior ataque à sede da democracia norte-americana em 200 anos.
Contudo, o legado do 06 de Janeiro de 2021 é também marcado pelo regresso ao poder do candidato que tentou anular a eleição anterior e que incitou os seus apoiantes a "lutar como o inferno".
Numa publicação nas redes sociais, Trump disse hoje que o Congresso estava a certificar uma "grande" vitória eleitoral, que classificou de "um grande momento na história".
Donald Trump deverá ter assim uma transferência pacífica de poder, ao contrário daquilo que proporcionou a Joe Biden nas presidenciais de 2020.
O magnata republicano regressa à Casa Branca enquanto continua a negar que tenha perdido as eleições de 2020.
Tem ainda reflectido sobre ficar além do limite de dois mandatos permitidos pela Constituição e alimenta a promessa de perdoar algumas das mais de 1.250 pessoas que se declararam culpadas ou que foram condenadas por crimes pelo ataque ao Capitólio.
Donald Trump tomará posse em 20 de Janeiro, data em que milhares de polícias de todo o país deslocar-se-ão a Washington para auxiliar os agentes locais, com as autoridades a prepararem-se para eventuais "multidões históricas".
(Notícia em actualização às 19h30) JM