Bruxelas - A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou quinta-feira uma iniciativa conjunta com o primeiro-ministro da Polónia e com o apoio das Nações Unidas, para resgatar as mais de 16 mil crianças raptadas pela Federação Russa.
"O primeiro-ministro (Mateusz) Morawiecki e eu vamos lançar uma iniciativa para resgatar estas crianças raptadas pela Rússia. Para isso, vamos organizar uma conferência - é ainda o início, vai ser um trabalho difícil -, para pressionar" a Federação Russa, disse Ursula von der Leyen, em conferência de imprensa no final da reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas (Bélgica).
Von der Leyen não especificou quando é que a conferência vai realizar-se.
A iniciativa tem como propósito descobrir o "paradeiro destas crianças", que de acordo com a presidente da Comissão são milhares: "Sabemos hoje de 16.200 crianças deportadas (para a Rússia), apenas 300 regressaram (à Ucrânia)".
"(O rapto de crianças) é uma lembrança horrível dos momentos mais obscuros da nossa História o que está a acontecer lá (na Ucrânia). Deportar crianças é um crime de guerra", acrescentou von der Leyen, ladeada pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
Defendeu que acções como esta por parte do Kremlin "justificam completamente" o mandado de detenção emitido pelo Tribunal Penal Internacional contra o Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin.
Von der Leyen agradeceu também ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, - que participou na reunião - por "disponibilizar na totalidade as agências" da organização, já que "têm uma grande experiência em tópicos difíceis como este".