Paris - A Comissão Europeia lamentou hoje a decisão de Washington de sair do Acordo de Paris, tratado global de luta contra as alterações climáticas, e advertiu para as consequências de uma guerra comercial com a União Europeia (UE), noticia o Notícias ao Minuto.
"Lamentamos a decisão dos Estados Unidos de sair do Acordo de Paris. Durante mais de uma década, trabalhámos lado a lado para desenhar e aplicar este acordo", disse o comissário para o Comércio e Segurança Económica, Maros Sefcovic, no Parlamento Europeu, durante um debate na sessão plenária em Estrasburgo, em França.
O comissário acrescentou que a UE "vai continuar" a aplicar o Acordo de Paris (adoptado em 2015) e recordou à nova administração norte-americana liderada pelo republicano Donald Trump que há "empresas dos dois lados que já investiram para mitigar as alterações climáticas e em energias renováveis".
Sobre a perspectiva de uma guerra comercial com a União Europeia, Maros Sefcovic alertou o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) de que há cerca de 3,5 milhões de cidadãos norte-americanos a trabalhar no espaço comunitário ou directamente com os 27 países do bloco europeu e que "muitos mais milhões dependem" do comércio feito entre os dois lados do Oceano Atlântico.
Perante os eurodeputados, o comissário disse que o executivo comunitário está preparado para os próximos quatro anos da nova liderança norte-americana: "Tomámos nota do memorando sobre priorizar o comércio com os EUA."
No entanto, Maros Sefcovic considerou que "não há economias mais integradas" do que a da UE com os EUA.
Na abertura do debate, o ministro polaco para os assuntos da União Europeia, Adam Szlapka, que interveio no âmbito da presidência rotativa do Conselho da UE, avisou Washington que é "essencial continuar a apoiar a Ucrânia no exercício do seu direito de defesa" contra a invasão russa, que está a completar três anos.
Sobre as declarações de Donald Trump de querer encontrar uma solução célere para o conflito no território ucraniano, Adam Szlapka considerou que "ninguém quer um fim mais célere do que a Ucrânia e a UE".
Já sobre as matérias económicas, a líder do executivo comunitário advertiu que "não é do interesse de ninguém quebrar os laços da economia global" e defendeu um reforço da cooperação, incluindo com os Estados Unidos. MOY/AM