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UE acusa Sérvia e EUA de interferirem nas eleições no Kosovo

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  • Luanda • Quarta, 12 Fevereiro de 2025 | 19h51
Bandeira da União Europeia
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Divulgação

Belgrado - A Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (UE) que acompanhou as eleições de domingo no Kosovo acusou hoje os Governos da Sérvia e dos Estados Unidos da América (EUA) de interferirem no processo eleitoral.

"Ouvimos representantes sérvios a apoiar uma lista, o que significa interferir no processo eleitoral", disse a chefe da missão do bloco comunitário, Nathalie Loiseau.

Em declarações à agência noticiosa Kosovopress e citada pela Lusa, a representante da UE indicou que o Presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, e outros membros do Governo sérvio, apelaram aos eleitores para apoiarem uma determinada lista, algo que, frisou Nathalie Loiseau, "não deveria ter acontecido".

A chefe da missão também considerou "anti-diplomática" uma intervenção semelhante de Richard Grenell, enviado especial da nova administração norte-americana, liderada por Donald Trump, que tem criticado abertamente o primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, o vencedor das eleições, de acordo com os resultados preliminares.

Vucic apelou aos sérvios do Kosovo para votarem na Lista Sérvia, com ligações directas ao Governo de Belgrado, argumentando que era a única forma de Kurti não os expulsar do país, que em 2008 se tornou unilateralmente independente da Sérvia.

Antes das eleições, Grenell, por sua vez, acusou o executivo do Kurti de ser "pouco fiável".

"A comunidade internacional está unida contra Kurti (...)", escreveu Grenell na rede social X, seis dias antes das eleições que decorreram no passado dia 09 de Fevereiro.

Em resposta, Albin Kurti refutou as afirmações de Grenell, afirmando que a relação do Kosovo com os EUA "é mais forte do que nunca".

A Missão de Observação Eleitoral da UE, composta por 104 membros, juntou-se ao Conselho da Europa e a outras organizações internacionais e locais para monitorizar o pleito.

"As eleições foram pacíficas e competitivas, com a participação de todas as comunidades, testando um novo quadro jurídico", referiu um comunicado dos observadores da UE, divulgado na terça-feira, sublinhando que "a campanha foi vibrante, apesar da retórica dura que reflectia profundas divisões políticas".

Segundo os resultados preliminares, o Partido da Autodeterminação, de Kurti (LVV), venceu com 40,87%, seguido do Partido Democrático (22,03%), da Liga Democrática (17,61%), da coligação AAK-Nisma (7,46%) e da Lista Sérvia (4,50%).

Os resultados preliminares não incluem, nomeadamente, os votos das pessoas com deficiência e os votos da diáspora.

O Kosovo, antiga província sérvia, foi a votos no passado domingo para eleger um novo parlamento pela sexta vez desde a sua independência, em 2008, entre tensões interétnicas entre albaneses e sérvios, mas também com crescentes desafios sociais e económicos.

Os partidos albaneses, que representam mais de 90% da população do Kosovo, partilham o objectivo principal de alcançar o reconhecimento total do Kosovo, reforçar a sua soberania e aproximar-se da UE e da NATO, mas também de encerrar todas as instituições paralelas do Estado sérvio no seu território.

Já os sérvios do Kosovo, que se estima constituírem 6% da população, exigem a criação da Comunidade de Municípios Sérvios, acordada em 2013, o que lhes daria maior autonomia num país cuja independência rejeitam veementemente. DSC/AM

 

 

 





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