Luanda – O embaixador da Rússia em Angola, Vladimir Tararov, disse nesta quinta-feira, em Luanda, que a Rússia está a utilizar armamento de alta precisão no ataque a Ucrânia para sufocar a defesa anti-aérea das forças aliadas à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) estacionadas próximas à fronteira russo-ucraniana.
Em entrevista à Rádio Nacional de Angola (RNA), a propósito do ataque militar em larga escala contra a Ucrânia, país vizinho ao sul, o diplomata frisou que a partir do momento em que OTAN, encabeçados pelos Estados unidos, começou a ampliar a sua presença para o leste da Europa, o território russo começou a sentir-se ameaçado.
Daí, o Presidente russo, Vladimir Putin, decidir atacar a Ucrânia, responde a um "pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk", no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira.
“Para garantir segurança e estabilidade nas fronteiras, o Presidente Putin, ouvido os membros do conselho de segurança, decidiu reconhecer as repúblicas populares de Donenks e Dambask, seguido de assinatura de acordos com cláusulas que permitem ajuda mútua em caso de invasão.
O que se pretende, prosseguiu, é colocar a Rússia no lugar onde possa ter a sua estabilidade e independência.
Lembrou que o cenário começou em 1997 quando o bloco da OTAN aumentou a sua presença no leste da Europa e o Governo britânico divulgou alguns documentos secretos que proíbem a presença de forças estrangeiras próximo fronteira russa.
“Para nós, era interessante que se estabelecesse um sistema de segurança internacional que se baseie nas opiniões de cada estado”, frisou, acrescentando que durante 30 anos, a Rússia tem estado a negociar com os países da OTAN para se chegar a um acordo sobre princípios de segurança, mas, infelizmente, sem êxito.
Referiu que, infelizmente, os países da OTAN e os estados unidos pesavam que podiam dirigir o mundo sem a opinião dos membros das nações unidas. Isso aconteceu pela primeira vez quando os EUA bombardearam objectos civis da Jugoslávia, destruíram o Iraque, sobre pretexto de possuir substância química letal.
“ Depois seguiu-se o mesmo com a Síria e agora a com a Ucrânia”, sublinhou o embaixador da Rússia em Angola.
Desde o início da invasão russa à Ucrânia, que começou na quinta-feira,24 , a ONU recebeu já relatos de, pelo menos, 25 civis mortos no seguimento dos bombardeamentos e ataques aéreos ao país. Segundo a Sky News, os números da mesma entidade dão conta de 102 civis feridos na sequência da invasão.