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Ucrânia: ONU tem dificuldades para levar ajuda perto das linhas de combate

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  • Luanda • Sexta, 26 Agosto de 2022 | 15h56
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Kiev - A ONU denunciou esta sexta-feira dificuldades em aceder e prestar ajuda às populações em áreas próximas da linha de combate no leste da Ucrânia, porque não ter regularmente garantias de segurança da Rússia para a deslocação do seu pessoal.

Trata-se das regiões ucranianas mais a leste, controladas pelas forças russas, nas quis a ONU não recebeu as garantias de segurança necessárias para prestar ajudas, apesar de as ter solicitado a cada uma ou duas semanas, segundo a coordenadora humanitária da ONU, Denise Brown, numa videoconferência a partir de Karkiv, cidade no nordeste da Ucrânia.

Contudo, realçou que pelo menos um milhão de pessoas receberam ajuda nesses territórios.

"Temos de ajudar as pessoas onde quer que estejam e esperamos que a Rússia nos dê as garantias de que precisamos para atravessar. É tudo o que pedimos, para podermos fornecer insulina a hospitais, cobertores, colchões ou para reparar janelas e portas em antecipação ao inverno", acrescentou.

Dois milhões de pessoas ainda poderão estar nas áreas que rodeiam a linha de fogo entre as forças russas e ucranianas, segundo as Nações Unidas.

Alguns relatórios sugerem que alguma ajuda da Rússia chegaria a esses territórios, mas neste momento esta informação não é possível confirmar, disse a representante da ONU.

A possibilidade de fazer plantações e sementeiras na próxima época agrícola será crucial para as famílias dessas zonas, onde a ONU tem planos para ajudar os pequenos agricultores em zonas remotas a terem acesso a terras, fertilizantes e equipamentos.

Denise Brown lembrou que tudo isto tem de ser planeado a partir de agora, tendo em conta que na Ucrânia o frio de inverno chega mais cedo do que no resto da Europa e "a chuva e a neve dificultarão o acesso à terra".

Apesar dessa situação nessas zonas, a coordenadora lembrou que desde o inicio da invasão a sua equipa prestou ajuda a mais de 12 milhões de pessoas em toda Ucrânia.

"A guerra não nos impediu de fazer o nosso trabalho. Desde o início da guerra, chegámos a mais de 12 milhões de pessoas (em toda a Ucrânia) com transferências de dinheiro, abrigo, água potável, reabilitação de casas, em suma, tem sido uma grande conquista", afirmou.

A ofensiva militar lançada a 24 de Fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

 

 





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