Kiev - O Governo dos Países Baixos assegurou que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wopke Hoekstra, e restante delegação neerlandesa que hoje visitava a Ucrânia estão a salvo num refúgio anti-aéreo no centro de Kiev, após um ataque de mísseis à capital.
Um porta-voz do ministério neerlandês dos Negócios Estrangeiros confirmou que toda a delegação está a salvo na sequência de um ataque com mísseis a Kiev, que aparentemente tinha como objectivo as centrais de fornecimento de energia, indicou a agência noticiosa neerlandesa ANP.
As sirenes foram activadas no final de uma conferência de imprensa de Hoekstra na capital ucraniana, onde anunciou que os Países Baixos vão investir mais fundos na investigação dos crimes de guerra a partir de 2023. Pouco depois, foram escutadas várias explosões e a delegação foi transferida de imediato para um abrigo antiaéreo nas proximidades.
O presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, confirmou depois que ocorreram várias explosões na capital ucraniana que activaram os alarmes anti-aéreos, e que "segundo informações preliminares, dois edifícios residenciais foram atingidos no distrito de Pechersk e vários mísseis foram derrubados pela defesa aérea sobre Kiev".
Desde as 14:45 locais que foram accionados os alertas antiaéreos por toda a Ucrânia devido a possíveis ataques com mísseis. As cidades ucranianas de Lviv (oeste) e Kharkiv (nordeste) também foram alvo de bombardeamentos, indicaram os respectivos presidentes da câmara.
Esta foi a segunda visita de Hoekstra a Kiev desde o início da invasão russa em Fevereiro. No decurso da sua viagem em Maio passado, o ministro neerlandês também foi forçado a refugiar-se num abrigo após terem soado os alarmes anti-aéreos durante a sua visita.
A ofensiva militar lançada a 24 de Fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.557 civis mortos e 10.074 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.