Ancara - O Ministério da Defesa da Turquia reivindicou hoje que as tropas turcas abateram 19 rebeldes curdos durante as últimas operações no norte do Iraque e no norte da Síria.
"Continuamos a nossa luta com todas as nossas forças pelos nossos mártires, pela nossa nação. As nossas heróicas forças armadas turcas neutralizaram 15 terroristas do PKK no norte do Iraque e quatro terroristas do PKK/YPG no norte da Síria", declarou o ministério na rede social X.
As Unidades de Protecção Popular (YPG) são os guerrilheiros curdos na Síria, aliados do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, um islamista, esteve segunda-feira no Iraque, onde instou a administração central de Bagdade e a administração autónoma curda de Erbil a lutarem em conjunto contra a presença do PKK no Iraque.
"Tanto no Iraque como na Síria, o pântano do terrorismo irá secar não só com os nossos esforços, mas também com os esforços conjuntos das administrações de ambos os países", sublinhou Erdogan ao falar a jornalistas turcos no voo de regresso de Bagdade.
O PKK iniciou a luta armada em 1984 para exigir a autonomia dos cerca de 12 milhões de curdos que vivem na Turquia e, desde então, mais de 45.000 pessoas foram mortas nesta guerra não declarada entre os rebeldes e as forças de segurança turcas.
O PKK tem a sua principal base no norte do Iraque, na região autónoma curda, governada pelo Partido Democrático do Curdistão (KDP) e pela União Patriótica do Curdistão (PUK).
Ancara mantém boas relações com o KDP, mas critica o apoio da UPK aos rebeldes do PKK.
Há semanas que Erdogan anuncia uma intensificação das operações militares turcas no norte do Iraque durante os meses de verão, com o objectivo de eliminar as posições do PKK.
Segunda-feira, em Bagdade, Erdogan, numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro iraquiano, Mohamed Shia al-Sudani, instou as autoridades iraquianas a expulsarem o PKK "o mais rapidamente possível" do seu território.
Em Março, o Iraque proibiu as actividades do PKK no país, com Erdogan a manifestar segunda-feira a disponibilidade turca para apoiar os esforços de Bagdade.
Al-Sudani destacou que "o Iraque não permitirá que o seu território seja utilizado para atacar os seus vizinhos" e sublinhou que a Constituição do país é respeitada.
"A segurança do Iraque e da Turquia é indivisível e a cooperação bilateral são importantes para a região", defendeu. MOY/AM