Ancara - As cheias que atingiram o norte da Turquia na semana passada já provocaram a morte de pelo menos 70 pessoas, de acordo com um novo relatório divulgado hoje, segunda-feira, pelas autoridades, que continuam à procura de dezenas de desaparecidos.
De acordo com a agência governamental de gestão de catástrofes naturais (Afad), 47 pessoas estavam ainda desaparecidas após as inundações que aconteceram depois de fortes chuvas na quarta-feira nas províncias ao longo do mar Negro.
No distrito de Bozkurt, um dos mais afectados, as equipas de busca e salvamento revistaram durante o fim-de-semana os destroços de casas destruídas pelas correntes, com a lama a chegar até à cintura, observou um fotógrafo da agência francesa France-Presse.
Hoje, retroescavadoras iniciaram o dia com a remoção de pilhas de árvores, sinais de trânsito e outros objectos transportados pela água, auxiliadas por soldados com pás, segundo imagens transmitidas por canais de televisão turcos.
As cheias, as mais mortíferas que a Turquia enfrentou em décadas, aconteceram num momento em que o país estava a recuperar dos grandes incêndios que mataram oito pessoas e devastaram as áreas turísticas do sul.
Para muitos especialistas, desastres naturais como os que sucedem neste país tendem a tornar-se mais frequentes e violentos devido ao aquecimento global causado pela actividade humana.
Vários políticos e associações aumentaram a pressão sobre o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, para que este tomasse medidas radicais para reduzir as emissões de gases de estufa.
A Turquia é um dos poucos países que não adoptou o acordo climático de Paris de 2015.