Cabul - Enquanto o presidente norte-americano, Joe Biden, afirma que demorará até os EUA reconhecerem o Talibã como governo afegão, o grupo demonstra uma posição mais aberta.
O movimento diz estar pronto para iniciar relações com Washington, e que tais relações poderiam servir os interesses tanto do Afeganistão como dos EUA, afirmou o porta-voz do grupo insurgente, Suhail Shaheen, à Sputnik, nesta terça-feira (7).
"Sim, claro, em um novo capítulo, se a América quiser ter uma relação connosco, o que poderia ser do interesse de ambos os países e de ambos os povos, e se quiserem participar da reconstrução do Afeganistão, são bem-vindos", declarou Shaheen.
O porta-voz acrescentou que o Talibã não terá relações com Israel, mas quer manter o diálogo com todos os outros países vizinhos.
"Claro que não teremos qualquer relação com Israel. Queremos ter relações com outros países, e Israel não está entre eles. Queremos ter relações com países vizinhos e regionais, bem como com países asiáticos", disse Shaheen.
Na manhã de segunda-feira (6), Zabihullah Mujahid, também porta-voz do Talibã, declarou o fim da guerra no Afeganistão e disse que nos próximos dias seria anunciada a composição do novo governo.
Por enquanto, vários líderes mundiais aguardam para reconhecer o governo talibã no Afeganistão, afirmando que estão a monitorizar o comportamento do grupo. Até agora, apenas três países reconheceram o Talibã como entidade administrativa do país: o Paquistão, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.