Brasília - O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil analisa, entre esta terça e quarta-feira, a acusação do Ministério Público contra o ex-Presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados por alegada tentativa de golpe de Estado.
Em Fevereiro, foram acusados pela Procuradoria Geral da República por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de património, na sequência dos ataques de extremistas a 08 de Janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes em Brasília.
Os cinco juízes da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal serão responsáveis por analisar se há provas suficientes contra Bolsonaro e decidir se aceitam as acusações e iniciam um julgamento criminal.
Além de Bolsonaro, entre os arguidos estão militares de alta patente e ex-ministros do seu Governo (2019-2022), considerados homens de confiança do ex-Presidente.
A análise das acusações no STF vai decorrer em três sessões que culminarão na tarde de quarta-feira.
A denúncia contra Bolsonaro e o seu círculo íntimo, apresentada em Fevereiro pelo Ministério Público, acusava o ex-Presidente e outros 33 suspeitos de tentativa de abolição violenta do Estado de direito democrático, organização para o crime armado e golpe de Estado, entre outros crimes.
O procurador-geral baseou a sua acusação num extenso relatório policial, divulgado em Novembro passado, que revelou que Bolsonaro tinha "pleno conhecimento" de um plano para assassinar Lula da Silva e o então vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin.
A conspiração, de acordo com a acusação, começou depois de o então Presidente ter perdido as eleições de Outubro de 2022 para o actual chefe de Estado, Lula da Silva.
A acusação argumenta que os arguidos procuraram neutralizar o Supremo Tribunal Federal e consideraram também "o uso de armas militares" contra Alexandre de Moraes, o juiz de instrução de vários processos contra Bolsonaro, e "a morte por envenenamento" de Lula. CV