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Sunak considera "cruel e cobarde" execução do cidadão britânico-iraniano

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  • Luanda • Sábado, 14 Janeiro de 2023 | 13h13
Primeiro Ministro Britânico, Rishi Sunak
Primeiro Ministro Britânico, Rishi Sunak
Divulgação

Londres - O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, manifestou-se hoje "horrorizado" com a execução no Irão do cidadão britânico-iraniano, Alireza Akbari, acusado de espionagem para o Reino Unido, e descreveu o acto como "cruel e cobarde", citada pela Lusa.

Na sua conta de Twitter, o primeiro-ministro britânico considerou tratar-se de "um acto cruel e cobarde, levado a cabo por um regime bárbaro que não respeita os direitos humanos do seu próprio povo".

Declarando-se "chocado" com a execução, Rishi Sunak enviou as suas condolências aos "amigos e família" de Alireza Akbari, um antigo funcionário iraniano que chegou a vice-ministro da Defesa do Irão.

Também a Amnistia Internacional (AI) já veio condenar o "hediondo ataque" do Irão ao "direito à vida", afirmando no Twitter que "a execução do britânico-iraniano Alireza Akbari pelas autoridades iranianas esta manhã é mais um ataque abominável ao direito à vida".

A AI apelou ainda ao governo britânico para que "investigue totalmente" as acusações de que Alireza Akbari terá sido torturado.

As autoridades judiciais iranianas anunciaram quarta-feira a condenação à morte do ex-vice-ministro - embora se desconheça quando foi condenado -, por "espionagem para o MI6" em troca de "1.805.000 euros, 265.000 libras e 50.000 dólares americanos", de acordo com os meios de comunicação semi-oficiais Mehr.

O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, James Cleverly, também expressou a sua repulsa "nos termos mais fortes" pela execução e assegurou que esta acção "não ficará sem resposta".

"Que não restem dúvidas ao regime iraniano. O Irão não deve prosseguir com a sua ameaça brutal de execuções", salientou, no Twitter.

A República Islâmica do Irão tem sido acusada de utilizar prisioneiros de dupla nacionalidade em particular, mas também de outros países, como medida de pressão ou para o intercâmbio de prisioneiros com outros países.

Estes actos têm sido classificados por outros países e organizações de direitos humanos como a "diplomacia dos reféns" do Irão.

Segundo a agência do poder judicial iraniano, designada como Mizan, Alireza Akbari, que ocupou o cargo de vice-ministro da Defesa durante o mandato do ex-presidente reformista Mohamed Katami (1997/2005), foi executado por enforcamento.

O condenado, de 61 anos, que foi detido há três anos, recorreu da sentença ao Supremo Tribunal Federal, que rejeitou o recurso.

O Ministério do Interior iraniano descreveu Akbari "como um dos casos mais importantes de infiltração" da segurança do país persa.

As autoridades iranianas divulgaram um vídeo, visivelmente editado, onde Akbari discutia as alegações, semelhantes a outros vídeos que dissidentes têm descrito como confissões forçadas.

Na sexta-feira, tanto o Reino Unido como os Estados Unidos criticaram a condenação de Akbari à morte.

O anúncio da execução de Akbari ocorre numa altura em que o Irão está a ser abalado por uma vaga de protestos, na sequência da morte de uma jovem iraniana curda que estava sob custódia policial.

Mahsa Amini, de 22 anos, foi agredida e detida na rua em Teerão a 13 de Setembro pela chamada polícia da moralidade, por uso incorrecto do 'hijab' (véu islâmico), tendo sido depois transportada em coma para um hospital, onde morreria ao fim de três dias.

Entretanto, os protestos dos últimos meses assumiram maiores dimensões e evoluíram, reivindicando agora o fim do regime teocrático designado como "República Islâmica", fundado em 1979.

Teerão tem acusado os Estados Unidos, Israel, Reino Unido, França e Alemanha de estarem por trás dos protestos, nos quais quase 500 pessoas morreram na sequência da repressão policial.

Segundo a Amnistia Internacional (AI), o Irão é um dos países que mais executa pessoas.





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