Bishkek - O Quirguistão anunciou este domingo a morte de mais 12 pessoas durante os confrontos fronteiriços com o Tajiquistão esta semana, elevando para 36 o número de mortes em combates entre os dois países da Ásia Central.
"O número de mortos é de 36 pessoas durante o conflito armado na região de Batken", localizada no sudoeste do Quirguistão e na fronteira com o Tajiquistão, disse o Ministério da Saúde do Quirguistão.
Num novo relatório, o ministério também disse que 134 pessoas ficaram feridas.
Perante este grave surto de violência, o pior desde Abril de 2021, os dois países concordaram na sexta-feira com um cessar-fogo, mas depois acusaram-se mutuamente de o terem violado repetidamente.
Hoje, os guardas de fronteira do Quirguistão disseram que a noite tinha decorrido "calmamente, sem incidentes", enquanto observavam que a situação permanecia "tensa" na fronteira nas regiões quirguizes de Osh e Batken.
"Os líderes dos dois países estão a tomar todas as medidas necessárias para estabilizar a situação, parar todas as escaladas e provocações (...) de maneira pacífica", avançaram hoje os guardas fronteiriços do Quirguistão.
No sábado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, ligou por telefone para funcionários de ambos os lados "para promover o diálogo para um cessar-fogo duradouro", disse um porta-voz da ONU.
Também no sábado, o Ministério do Interior do Tajiquistão disse que civis tinham sido mortos durante a violação do cessar-fogo, sem especificar o número desde então.
O tiroteio entre os dois países no início desta semana já havia causado a morte de dois guardas fronteiriços tajiques e feridos.
A fronteira entre o Tajiquistão e o Quirguistão é palco de combates regulares. Quase metade dos 970 quilómetros de fronteira comum foi contestada desde o desmembramento da URSS, num cenário de tensões pelo acesso a recursos.
Em Abril de 2021, uma erupção de violência matou mais de 50 pessoas e levantou temores de um conflito em maior escala.