Bogotá - A polícia e o exército colombiano capturaram sete alegados membros dos "Comandos de Fronteira", grupo dissidente das antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), acusados de ameaçar a integridade de líderes sociais e pessoas em processo de reincorporação, noticiou a agência EFE.
As detenções ocorreram após uma operação conjunta entre as duas forças de segurança, em coordenação com o Ministério Público da Colômbia, nos departamentos de Huila e Caquetá, segundo a EFE.
Os "Comandos de Fronteira" são uma das estruturas mais violentas desta dissidência e que alegadamente tem ligações com a "Segunda Marquetalia", outra facção dissidente liderada pelo antigo "número dois" das FARC, Iván Márquez, ex-negociador do acordo de paz.
Os detidos são acusados de formação de quadrilha, homicídio qualificado e tráfico, fabrico ou posse de arma de fogo.
Em comunicado, a polícia acrescentou que os detidos também geraram fenómenos de deslocamento e recrutamento forçados, especialmente nos municípios de Cartagena del Chaira, Montañita, El Paujil e Milán.
São ainda acusados de liderar actividades de tráfico de droga, incluindo controlo de rotas.
Esta operação permitiu esclarecer vários actos de violência perpetrados por este grupo armado ilegal no município de Montañita (Caquetá) durante o ano de 2022, garantiu ainda a força de segurança na nota de imprensa
Após o acordo de paz de 2016, entre o governo colombiano e os guerrilheiros das FARC, um grupo de combatentes, liderados por "Iván Márquez" e o falecido "Jesús Santrich", voltou a pegar em armas e formou a chamada "Segunda Marquetalia", um dos dois grandes grupos dissidentes, juntamente com o "Estado-Maior Central-FARC" (EMC-FARC).
Estes dois grupos tiveram um cessar-fogo bilateral assinado com o governo desde o início do ano, com quem tentam negociar um quadro de "paz total".
No entanto, na semana passada o Presidente Gustavo Petro decidiu romper este cessar-fogo com o EMC-FARC pelo assassinato de quatro menores por uma das frentes desse grupo.
Em 21 de Maio, o gabinete do Provedor de Justiça colombiano informou quatro menores membros da comunidade indígena Murui foram mortos na Amazónia por ex-dissidentes das FARC.
As quatro "crianças e adolescentes" foram mortas na fronteira entre os departamentos de Caquetá e Amazonas por membros da Frente Carolina Ramirez, pertencente ao principal grupo dissidente das antigas FARC, o "Estado-Maior Central-FARC" (EMC-FARC), segundo a mesma fonte.
Os menores, cujas idades não foram avançadas, tinham sido recrutados à força pelos rebeldes, segundo um relatório das comunidades indígenas da região.
Num comunicado, a EMC-FARC criticou fortemente o governo, sem mencionar o assassínio de menores indígenas.
"A ruptura unilateral desencadeará a guerra e o número de mortos, feridos e prisioneiros multiplicar-se-á", declarou o grupo rebelde. CNB/GAR